Os pilotos de MotoGP não mais receberão punições pela “carteira de pontuação”, como vinha sendo empregado até o ano passado. O polêmico sistema teve uma influência fundamental na decisão do título de 2015, entre Valentino Rossi e Jorge Lorenzo.
Introduzido em 2013, o sistema surgiu como uma resposta a uma série de incidentes envolvendo Marc Márquez durante a temporada de 2012 na Moto2. Funcionava de uma forma semelhante à uma carteira de habilitação comum, com o piloto acumulando pontos conforme a direção de prova julgasse um comportamento inadequado na pista.
Quando o referido piloto atingisse quatro pontos, seria automaticamente obrigado a largar na última posição do grid de largada. Se atingisse sete, teria de largar dos boxes. Se chegasse a 10 pontos seria impedido de correr a etapa seguinte, zerando o processo.
O sistema, no entanto, nunca foi uma unanimidade. Sempre houve reclamações dos fãs e dos próprios pilotos, de que a direção de corrida não estava sendo imparcial ao aplicar penalidades. O ponto mais tenso aconteceu no final de 2015, quando Rossi foi penalizado por um toque com Márquez durante o GP da Malásia.
Naquela ocasião, os comissários o puniram com três pontos que, somados ao ponto que já possuía, forçaram o italiano a largar na última posição da corrida seguinte, o Grande Prêmio de Valência. Essa etapa decidia o título mundial entre o italiano e Jorge Lorenzo e graças à penalidade, o eneacampeão não conseguiu disputar as primeiras posições com seu companheiro e rival, chegando apenas em quarto.
Devido à enorme repercussão que se seguiu, a MotoGP decidiu modificar a regra, que inicialmente estipulava que os pontos valeriam por um ano na carteira. Rossi, no entanto, começou 2016 zerado. Agora, graças a sua ineficácia, o sistema foi definitivamente abandonado.
A explicação dada pela Comissão dos Grandes Prêmios foi de que “os comissários já têm muitas opções de penalização e a carteira não era necessária“. As infrações agora serão avaliadas individualmente em cada incidente pela Direção de Prova, assim como já era feito antes da carteira de habilitação.