A temporada 2023 de MotoGP teve uma lista de pilotos lesionados preocupantemente longa. Mais da metade deles sofreu algum tipo de lesão decorrente dos múltiplos acidentes nas 20 etapas. Veja a lista.
No ano de introdução das corridas de Sprint, aos sábados, 358 acidentes foram registrados na classe MotoGP em 2023, uma média de 17,9 por fim de semana de corrida. Isto significa um aumento em relação ao ano anterior (que teve média de 16,7 quedas por evento).
Felizmente a taxa de acidentes caiu no final do ano em comparação com o primeiro trimestre. Nas primeiras cinco etapas, chegou a haver uma média de 22,8 quedas por fim de semana. Por isso, em nenhuma corrida os 22 pilotos titulares correram juntos.
Quer tenha sido devido ao progressivo aumento de potência, às crescentes exigências de aerodinâmica, dispositivos diversos, como os sistemas de largada ou de regulagem de altura da suspensão – ou ao novo formato de Sprint, a quantidade de pilotos lesionados merece uma análise minuciosa. Vejamos:
Lista de lesões da temporada de MotoGP de 2023
- Pol Espargaró – Queda feia no FP2 do GP de Portugal resultou em pulmão lesionado e oito ossos quebrados (incluindo mandíbula e três vértebras). Perdeu oito GPs.
- Enea Bastianini – Acidente com Luca Marini nas primeiras voltas da Sprint em Portugal, fraturando o ombro direito. Perdeu a corrida principal e outros quatro GPs. Além disso, no GP da Catalunha, fraturou o pé esquerdo e perdeu outros três GPs.
- Marc Márquez – Acidente com Miguel Oliveira e Jorge Martin no GP de Portimão; fraturou o primeiro metacarpo da mão direita e perdeu três GPs. Além disso, caiu no Warm Up na Alemanha, quebrando o polegar esquerdo, uma costela e machucou o tornozelo. Perdeu outras duas corridas.
- Miguel Oliveira – O acidente com Márquez em Portimão resultou em lesões nos tendões do joelho da perna direita; perdeu um GP. Além disso, teve uma colisão com Fabio Quartararo no GP de Espanha resultando em luxação do ombro com fratura do braço; perdeu outro GP. Na Sprint do GP do Catar, omoplata direita quebrada, perdeu a corrida principal e outro GP.
- Jorge Martin – queda em Portimão resultou em fratura no dedo do pé. Não perdeu nenhum GP.
- Joan Mir – Queda na Sprint do GP da Argentina causou um traumatismo craniano; perdeu a corrida principal no domingo. Além disso, no FP2 do GP da Itália, outra queda resultou em lesão no dedo e hematomas na mão direita; perdeu mais três GPs. No FP1 em Valência: trauma no pescoço, não pôde correr durante o fim de semana.
- Alex Márquez – Acidente no GP dos EUA resultou em fibras musculares rompidas e ligamentos distendidos na coxa. Não perdeu nenhum GP. Depois, queda no Q1 no GP da Índia: três costelas quebradas. Perdeu a Sprint, a corrida principal e mais duas etapas.
- Pecco Bagnaia – Acidente com Maverick Viñales no GP da França resultou em uma lesão óssea no tornozelo; não faltou nenhum GP. Além disso, queda na primeira volta do GP da Catalunha: hematoma no joelho direito e principalmente no cóccix. Não perdeu nenhum GP.
- Luca Marini – Acidente na corrida principal do GP da França: lesão na mão direita; nenhum GP perdido até então. Queda na largada da Sprint no GP da Índia: clavícula esquerda quebrada, perdeu a corrida principal e outra etapa.
- Alex Rins – Queda na Sprint Race do GP da Itália resultou em tíbia e fíbula quebradas na perna direita. Perdeu a corrida principal e mais doze etapas.
- Fabio Quartararo – No GP da Holanda, hematomas no cotovelo e na mão esquerda, fratura do dedão do pé direito ainda mais deslocado (anteriormente quebrado em um acidente particular). Não perdeu nenhuma etapa.
- Marco Bezzecchi – Entorse e hematoma no polegar esquerdo no GP da Catalunha. Não perdeu nenhuma etapa.
- Aleix Espargaró – Fratura na cabeça da fíbula esquerda, na Sprint Race no GP do Catar em Losail. Não perdeu nenhum GP.
Também aconteceram lesões indiretas, que não se devem a quedas em eventos oficiais, mas que também tiveram impacto na pista:
- Aleix Espargaró – Fibrose no antebraço (nos testes coletivos de Portimão, não perdeu nenhuma etapa); duas fraturas no tornozelo direito e duas costelas quebradas (acidente de bicicleta antes do GP da Itália, nunca faltou um GP).
- Raúl Fernández – Síndrome compartimental com nove músculos afetados. Cirurgia antes do GP da França. Perdeu uma etapa.
- Jorge Martin – Síndrome compartimental na perna esquerda. Fez cirurgia nas férias de verão, não perdeu nenhuma etapa.
- Fabio Di Giannantonio – Síndrome compartimental no antebraço direito. Fez cirurgia nas férias de verão, não faltou nenhum GP.
- Marco Bezzecchi – Clavícula quebrada no lado direito (acidente de treino antes do GP de Indonésia). Não perdeu nenhum GP.
- Marc Márquez – Síndrome compartimental no antebraço direito. Cirurgia após o teste coletivo de Valência.
Em outras palavras, 15 dos 22 pilotos regulares e, portanto, dois terços do grid (exatamente 68,18%) sofreram de problemas físicos, dos quais nove pilotos (40,91%) perderam pelo menos uma corrida na temporada de 2023.