No próximo final de semana os motores voltam a roncar no Grande Prêmio do Catar, a primeira etapa da MotoGP em 2017. Se você hibernou durante os últimos meses e está por fora das mudanças, confira aqui como estão as equipes para a nova temporada.
Ao contrário do ano passado, o regulamento técnico e esportivo não mudou muito em 2017. Apenas pequenos ajustes foram feitos e a base continua a mesma, ou seja: motores de quatro cilindros (em V ou em linha), com 1.000 cm³, centralina eletrônica padronizada e apenas um fornecedor de pneus, a francesa Michelin.
A principal alteração foi a proibição definitiva das asas em todas as categorias. Isso ainda está gerando muita polêmica, porque durante os testes de pré-temporada praticamente todas as equipes de fábrica testaram carenagens que continham o artifício de forma camuflada.
O que acontece é que ao proibir a peça, a Dorna não foi muito clara, dizendo apenas que asas não poderiam surgir para fora da carenagem. A solução das equipes foi envolver a carenagem na asa, deixando-a por dentro da carenagem, é lógico! A Yamaha inaugurou a tendência nos testes de Sepang, seguida por Honda e Ducati em Losail. Ainda não se sabe ao certo se isso será permitido durante as corridas.
Em termos de pneus, os testes foram menos traumáticos do que em 2016. Agora a Michelin já está readaptada à categoria e trouxe opções de pneus melhores para os pilotos, tanto é que recordes foram batidos nos circuitos de Sepang, Phillip Island e Losail.
O piloto mais veloz foi o impressionante Maverick Viñales. Agora na Yamaha no lugar de Jorge Lorenzo, o espanhol foi veloz desde o primeiro dia ao guidão da YZR-M1, o que está deixando todo mundo de cabelos em pé. Confira abaixo como estão as equipes para 2017.
Repsol Honda Team
Pilotos: Marc Márquez (93) e Dani Pedrosa (26)
Moto: Honda RC213V (2017)
Conservadora que é, a Honda manteve tudo como estava para 2017. Praticamente toda a equipe que conquistou o título do ano passado com três rodadas de antecedência foi mantida. As principais alterações aconteceram na equipe particular de Dani Pedrosa, que trocou até de empresário.
A moto, no entanto, mudou bastante. A RC213V ganhou um motor completamente novo e mais potente, apelidado de “Big Bang”. Tão forte que, segundo o relato dos pilotos durante os testes, a eletrônica não está conseguindo domá-lo. Os resultados tem sido discretos, mas o time parece sereno. Segundo Marc Márquez, a situação é menos problemática do que no início do ano passado.
Movistar Yamaha MotoGP
Pilotos: Valentino Rossi (46) e Maverick Viñales (25)
Moto: Yamaha YZR-M1 (2017)
Na Yamaha, a maior mudança foi a saída de Jorge Lorenzo. Depois de nove anos de parceria com a marca dos diapasões, o espanhol achou que já estava na hora de uma mudança de ares e foi para a Ducati, possibilitando a chegada de Maverick Viñales em seu lugar.
Viñales contará com os serviços de Ramon Forcada, ex-braço direito de Lorenzo, que preferiu ficar aonde está. A nova versão da YZR-M1 traz uma nova geometria de suspensão que promete gastar menos pneus durante a corrida, além de possuir mais potência.
Ducati Team
Pilotos: Jorge Lorenzo (99) e Andrea Dovizioso (04)
Moto: Ducati GP17 (2017)
A Ducati chega a 2017 entusiasmadíssima, graças à contratação de Lorenzo e às duas vitórias conquistadas no ano passado, o que não acontecia a sete anos. Daqui para frente, o objetivo dos italianos é repetir a dose e muito mais. Eles querem ser campeões novamente, a qualquer custo.
Para isso, eles testaram durante o inverno uma GP17 recheada de inovações, como asas escondidas e um novo escapamento com geometria variável, capaz de impulsionar ainda mais a Desmosedici nas retas. Apesar de estar confiante para a primeira etapa, Lorenzo acha que ainda é cedo para pensar no título.
Suzuki Team Ecstar
Pilotos: Andrea Iannone (29) e Alex Rins (42)
Moto: Suzuki GSX-RR (2017)
A Suzuki vem de uma excelente temporada em 2016, onde conquistou até uma vitória, o que não acontecia há nove anos. Agora, no entanto, eles não mais contarão com o talento de Maverick Viñales. A equipe liderada por Davide Brivio, então, resolveu mudar seus dois pilotos de uma só vez, demitindo também Aleix Espargaró.
Para o lugar de Viñales, eles contrataram o veloz Andrea Iannone. O italiano foi o responsável por tirar a Ducati do jejum de vitórias, ao vencer o GP da Áustria. No lugar de Espargaró estará o novato Alex Rins. Oriundo da Moto2, o espanhol é uma das grandes promessas da nova geração, mas os resultados nos testes foram tímidos.
Aprilia Racing Team Gresini
Pilotos: Aleix Espargaró (41) e Sam Lowes (22)
Moto: Aprilia RS-GP (2017)
Quem também mudou seus dois pilotos foi a Aprilia. Álvaro Bautista e Stefan Bradl cederam seus respectivos lugares à Aleix Espargaró (vindo da Suzuki) e a Sam Lowes, um dos mais velozes, empolgantes e imprevisíveis pilotos da Moto2.
Espargaró agora está com a missão de liderar e desenvolver o projeto da Aprilia na MotoGP. Contrariando todas as expectativas, o espanhol disse ter gostado da motocicleta e chegou a fazer bons tempos nos testes. Já Lowes tem sido bem discreto e espera evoluir aos poucos.
Red Bull KTM Factory Racing
Pilotos: Pol Espargaró (44) e Bradley Smith (38)
Moto: KTM RC16 (2017)
Uma das estreias mais aguardadas é a da KTM que, pela primeira vez na história, estará presente nas três categorias do Campeonato Mundial, Moto3, Moto2 e MotoGP. Para fazer bonito, eles criaram uma belíssima moto azul e laranja, a RC16, impulsionada por um motor V4 e quadro de treliça tubular, algo incomum na categoria.
Para pilotar as máquinas, a KTM optou pela experiência, recrutando a dupla já conhecida da Tech3 Yamaha, Pol Espargaró e Bradley Smith. Os dois vem ocupando as últimas posições, mas a ascensão da marca austríaca ao grupo da frente parece apenas questão de tempo.
LCR-Honda
Moto: Honda RC213V (2017)
A equipe de Lucio Cecchinello vem de uma temporada de sonho em 2016, quando conquistaram duas vitórias completamente inesperadas, na República Checa e na Austrália com seu único piloto, o popular britânico Cal Crutchlow.
Como recompensa, a HRC concedeu à Crutchlow a melhor RC213V disponível além dos pilotos oficiais de fábrica, Marc Márquez e Dani Pedrosa. Nos testes, o britânico vem correspondendo, andando na mesma toada da Repsol Honda. O objetivo é continuar sendo competitivo em 2017.
Monster Tech3 Yamaha
Pilotos: Johann Zarco (5) e Jonas Folger (94)
Moto: Yamaha YZR-M1 (2016)
Depois de um ano bem apagado em 2016, a equipe satélite da Yamaha mudou seus dois pilotos para 2017. Pol Espargaró e Bradley Smith foram para a KTM e deixaram as motos negras para o bicampeão da Moto2, Johann Zarco e o irregular alemão Jonas Folger, que também ascende da categoria intermediária.
Nos testes, por incrível que pareça, o piloto mais rápido foi Folger, que imediatamente se adaptou à Yamaha M1. O ápice aconteceu no Catar, há duas semanas, quando ficou em terceiro no segundo dia. Zarco, no entanto, está acompanhando e os dois prometem recolocar a equipe de Hervé Poncharal no grupo da frente.
Estrella Galicia 0,0 Marc VDS
Pilotos: Jack Miller (43) e Esteve ‘Tito’ Rabat (53)
Moto: Honda RC213V (2017)
A equipe do bilionário belga Marc Van Der Straten vem de uma temporada com altos e baixos em 2016. O ponto alto, sem dúvida, foi a inacreditável vitória de Jack Miller no chuvoso Grande Prêmio da Holanda, em Assen. Mas em condições normais, tanto o australiano quanto seu colega ‘Tito’ Rabat chamaram mais atenção por seus acidentes.
Apesar de tudo, ambos permaneceram em 2017. Miller, que agora claramente ocupa a posição de primeiro piloto chega animadíssimo para a temporada, depois de ter encontrado um acerto mais confortável para o seu estilo de pilotagem nos testes. Rabat, por outro lado, ainda se recupera de outro acidente em Sepang.
Octo Pramac Racing
Pilotos: Danilo Petrucci (9) e Scott Redding (45)
Moto: Ducati GP15.2 (Redding) e Ducati GP16.2 (Petrucci)
A Pramac é a principal equipe satélite da Ducati, mas viu essa condição ser ameaçada no ano passado, graças ao progresso da pequena Avintia. Por isso, a marca de Borgo Panigale resolveu ceder apenas uma GP16.2 para o melhor piloto classificado, que acabou sendo Danilo Petrucci.
Por outro lado, seu companheiro de equipe Scott Redding terá que se conformar com uma velha GP15, com dois anos de defasagem. O objetivo da dupla é estar mais constantemente entre os dez primeiros colocados e continuar a fornecer vitais informações técnicas à equipe principal.
Reale Avintia Racing
Pilotos: Hector Barberá (8) e Loris Baz (76)
Moto: Ducati GP16.2 (Barberá) e Ducati GP15.2 (Baz)
A Avintia, por outro lado, teve um ano inesperadamente bom em 2016. Com Hector Barberá e Loris Baz, o pequeno time esteve constantemente na zona de pontuação e chegou a beliscar algumas posições bem à frente do pelotão, principalmente com o piloto espanhol.
Por isso, a dupla foi mantida e o astral está elevado, já que a Ducati recompensou Barberá com uma moto mais nova, a GP16.2 para essa temporada. O espanhol, no entanto, não estará presente na primeira etapa, pois ainda se recupera de uma clavícula fraturada em treinos, no mês passado.
Pull&Bear Aspar Team
Pilotos: Álvaro Bautista (19) e Karel Abraham (17)
Moto: Ducati GP16 (Bautista) e Ducati GP15.2 (Abraham)
Ofuscada pela Pramac e pela Avintia, equipes que compartilham o mesmo maquinário Ducati, a Aspar resolveu mudar seus dois pilotos para 2017. Eugene Laverty debandou-se para o World Superbike, enquanto que o simpático e veloz Yonny Hernandez retrocedeu à Moto2.
Em seus lugares entraram Álvaro Bautista (oriundo da Aprilia) e Karel Abraham, que volta à MotoGP depois de um ano no World Superbike. Nos testes, o espanhol e o checo chegaram a surpreender marcando bons tempos, o que sugere que o time de Jorge ‘Aspar’ Martinez terá um ano muito mais próspero.