Os anos 2010 também foram incríveis nas pistas, especialmente na MotoGP. Selecionamos aqui dez fatos que marcaram e mudaram a face da Categoria Rainha do motociclismo.
2010 – Rossi quebra a perna e deixa a Yamaha
A década de 2010 mostrou que as coisas seriam muito diferentes logo no início, quando Valentino Rossi fratura a sua perna direita em um forte acidente em Mugello. Isso abriu definitivamente o caminho para Jorge Lorenzo ser campeão pela primeira vez na classe principal.
Em casa, Rossi decidiu deixar a Yamaha pela Ducati em 2011. O argumento de ser campeão em uma marca italiana era forte demais para resistir. Mas não era para ser, como veríamos depois.
2011 – Marco Simoncelli morre em Sepang
Em meados de 2011, ninguém sabia quem era Marc Márquez. Todos apostavam que a futura estrela da MotoGP seria o italiano Marco Simoncelli, campeão das 250cc em 2008 e pupilo direto de Valentino Rossi.
Simoncelli era estiloso, carismático e ousado, às vezes, até demais. Em Le Mans, o italiano mandou Dani Pedrosa para o hospital. Em outra, recebeu duras críticas de Jorge Lorenzo: “Se continuar assim, você vai se dar mal“, bradou o espanhol. A profecia se realizou no GP da Malásia. Foi o primeiro grande desastre da década.
2012 – Stoner se aposenta aos 27 anos
Foi uma temporada triste a de 2012. A lembrança de Simoncelli ainda estava muito vívida na memória de todos. O grid era magrinho, menos de 20 motos. Rossi estava apanhando na Ducati. E ainda no meio disso tudo, Casey Stoner resolve se aposentar com apenas 27 anos.
O australiano, que havia assombrado o mundo ao ser campeão com a indomável Ducati em 2007 e novamente pela Honda em 2011 parecia ter um futuro brilhante pela frente, mas estava cansado da vida nas pistas e preferiu voltar a pescar na Austrália.
2013 – Surge Marc Márquez e Rossi volta à Yamaha
Quem assistiu ao campeonato da Moto2 em 2011 viu que Marc Márquez foi campeão com uma mão nas costas. Era evidente que algo muito especial estava nascendo, mas ainda assim muitos tinham a grande dúvida: era o espanhol o cara certo para substituir, logo de cara, o lendário Casey Stoner?
Márquez não apenas mostrou que sim, como provou que podia ser ainda melhor, vencendo sua primeira corrida em sua segunda participação e sagrando-se campeão na temporada de estreia, o que não acontecia desde Kenny Roberts em 1978! Enquanto isso, Valentino Rossi desistiu da Ducati e voltou para sua amada Yamaha. A vitória em Assen provou que o italiano ainda tinha lenha para queimar.
2014 – Argentina volta a sediar uma etapa
Em uma temporada absolutamente dominada por Marc Márquez, uma das poucas novidades interessantes foi a volta do Grande Prêmio da Argentina, que estava ausente do calendário desde 1999. Foi a primeira oportunidade em anos que o público sul-americano teve de assistir de perto a Categoria Rainha.
Os hermanos construíram uma pista novinha em Termas de Rio Hondo, uma pequena cidade com águas termais no norte do país que já rendeu corridas históricas, como a de 2015 e de 2018, quando Rossi e Márquez colidiram nas duas oportunidades.
2015 – Rossi e Márquez viram inimigos
Sabe a rivalidade “Coxinhas vs Petralhas” que aconteceu na nossa política? Na MotoGP foi igualzinho entre “Rossistas e Marquezistas”, que chegaram a se odiar por causa de uma série de incidentes protagonizados pelos dois a partir de 2015.
Tudo começou no GP da Malásia daquele ano, quando Rossi (que disputava o título) acusou Márquez (fora da briga) de estar o prejudicando de propósito nas corridas para impedir o seu 10º título. Coincidentemente ou não, os dois passaram a corrida inteira se pegando até colidirem na volta 12.
Uma guerra de acusações começou entre eles e seus fãs pelo mundo e até o presidente da FIM precisou intervir. O resto vocês já sabem. Rossi foi punido na última etapa, Jorge Lorenzo caminhou tranquilo rumo a um título contestado até hoje e nada seria como antes.
2016 – Ducati e Suzuki voltam a vencer corridas
Até essa temporada, só vencia Honda ou Yamaha na MotoGP. A Ducati não ganhava uma corrida desde 2010 com Casey Stoner e a Suzuki há ainda mais tempo, desde o GP da França de 2007 com Chris Vermeulen. Ambas, no entanto, estavam decididas a voltar ao topo.
A vitória da Ducati veio primeiro, no movimentado GP da Áustria disputado até o fim entre Marc Márquez, Andrea Dovizioso e Andrea Iannone, que ficou no lugar mais alto do pódio. Logo depois, no emocionante GP da Inglaterra, foi a vez da Suzuki voltar a triunfar com Maverick Viñales, que com isso garantiu seu passe para a Yamaha no ano seguinte.
2017 – Viñales substitui Lorenzo na Yamaha
A temporada 2017 começou com uma importante mudança no quadro de pilotos. Após três títulos, Jorge Lorenzo decidiu deixar a Yamaha e começar uma vida nova na Ducati. Para o seu posto foi contratada a sensação do momento, Maverick Viñales, campeão da Moto3 em 2013.
Mas os caminhos deles foram inversamente proporcionais. Viñales começou arrasando, venceu três das quatro primeiras corridas, mas depois ficou para trás. Lorenzo apanhou um bocado da Desmosedici, mas, aos poucos foi melhorando, como veríamos no ano seguinte.
2018 – Lorenzo vence com Ducati mas vai para a Honda
Demorou, mas finalmente Jorge Lorenzo cumpriu sua promessa de vencer com a Ducati em 2018. O feito não poderia ter acontecido em uma ocasião melhor, o Grande Prêmio da Itália em Mugello, depois de uma corrida emocionante.
Para ratificar que não havia sido algo circunstancial, Lorenzo repetiu a dose na etapa seguinte na Catalunha e depois novamente na Áustria. Parecia que o espanhol estava prestes a deslanchar de vez, quando subitamente resolveu ir para a Honda em 2019 formando um dream team com Marc Márquez.
2019 – Surge Fabio Quartararo e Lorenzo se aposenta
A década chegou ao final com Marc Márquez vencendo seu oitavo título mundial e sexto na MotoGP, uma coisa inimaginável quando estreou em 2013. Nesse período surgiram muitos pilotos para desafiá-lo: Andrea Dovizioso, Johann Zarco, Maverick Viñales. Mas a bola da vez em 2019 chama-se Fábio Quartararo.
Pilotando uma Yamaha YZR-M1 da equipe satélite Petronas, com menos atualizações técnicas que o time oficial, Quartararo foi o único piloto a conseguir oferecer alguma resistência a Márquez nas corridas finais do campeonato. As próximas temporadas dirão se esse é, afinal, o grande rival da carreira do espanhol da Honda.
Mas a grande surpresa foi protagonizada por Jorge Lorenzo, que anunciou uma prematura aposentadoria das pistas com apenas 32 anos. O espanhol sofreu mais do que a encomenda na Honda, com performances pífias e tombos assustadores que tiraram sua motivação para continuar se arriscando. O que você espera dos anos 2020?