O Grande Prêmio da Alemanha, que será realizado nesse final de semana em Sachsenring entrará para a história como a primeira etapa da MotoE. Mas, nos bastidores, a categoria elétrica ainda está longe de estar realmente pronta. Confira aqui o que tem sido visto e falado no paddock.
As informações vêm de Günther Wiesinger, que está acompanhando a prova in loco para o Speedweek. Para o alemão, o mais interessante é que as estações de recarga das dezoito motocicletas não contam com energia renovável. Os geradores são movidos a diesel. Ou “com biodiesel”, como ressaltou o diretor da MotoE, Nicolas Goubert. Novas máquinas com células solares são esperadas para a etapa de Misano.
A recarga também tem se mostrado notavelmente lenta. Antes do incêndio, nos testes coletivos em Jerez, em março, as equipes estavam com dificuldades em recarregar as motocicletas utilizando apenas os geradores. Energia auxiliar da tomada precisou ser adicionada. O fogo aconteceu após a meia noite, quando as máquinas estavam plugadas desde as 21h.
“O tempo de recarga é de cerca de uma hora. Não é um problema para nós, não para a motocicleta pelo menos, mas nós tivemos que fazer algumas mudanças”, admite Goubert. “Agora temos seis estações de recarga. No teste de Jerez, ainda tivemos problemas com o sistema. Originalmente, queríamos usar outros sistemas de carregamento para o início da temporada, mas não estavam prontos“, explicou.
Mas, de acordo com Wiesinger é possível ver dez estações de recarga e não seis, como dito. Além disso, a apreensão com a possibilidade de outro incêndio é visível. Um caminhão com seis bombeiros especializados foi trazido e câmeras térmicas foram instaladas para monitorar o calor dos geradores. “O motor funcionou a noite toda, às 3 horas da manhã de quinta-feira, notei isso“, disse um morador nas proximidades.
Por segurança, a corrida em Sachsenring terá somente 8 voltas, o que se equivale a uma distância de apenas 28 km. “Com uma distância tão pequena, você não pode se dar ao luxo de um único erro“, observou Bradley Smith, da equipe Petronas. “O mais incomum é a largada“, disse Jesko Raffin, da equipe Intact. “Na Moto2 você larga girando a 14.000 rpm, isso cria um grande nível de ruído. Na MotoE, o silêncio é total. Você também não ouve seus oponentes nas curvas“, revelou.
As motocicletas pesam 260 kg e produzem cerca de 160 cv. Detalhes do motor e da transmissão continuam sendo um segredo da fabricante Energica. As equipes recebem as máquinas gratuitamente e a Dorna paga às equipes 40.000 euros (mais de R$ 170 mil) por piloto. O tempo de volta, pelo menos nessa fase inicial, deve ser semelhante ao da Moto3. A classificação da MotoE acontece amanhã às 11h (horário de Brasília).
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