De acordo com a imprensa italiana, os dirigentes da Dorna estão trabalhando em uma licitação para eleger uma única fabricante para a Moto3 a partir de 2028. Nesse ano, a categoria iniciante do motociclismo mundial terá um novo regulamento técnico, com motos de 500cc.
Desde que surgiu em 2012 para substituir as antigas 125cc de dois tempos, a Moto3 nunca passou por uma revisão completa em seu regulamento técnico. Atualmente, a categoria permite que qualquer fabricante participe desde que disponibilize uma monocilíndrica de 250cc com cerca de 60 cv.
Mas isso deve mudar em 2028. A fim de reduzir os custos, aproximar a categoria das demais e aumentar a perícia dos pilotos, O novo regulamento que está sendo redigido pela Dorna indica que as novas motos devem ser de 500cc e cerca de 80 cv.
O aumento de potência acontece para aproximar a Moto3 da Moto2, que desde 2019 compete com motores de três cilindros e 765 cm³. Até lá a MotoGP terá feito o caminho inverso, reduzindo seus propulsores de 1000cc para 800cc em 2027.
Segundo o site italiano GPone, Honda, Yamaha, KTM e CFMoto já demonstraram interesse e recentemente a Aprilia também solicitou a documentação para analisar. “Até mesmo um motor derivado das ruas pode ser usado nas corridas”, disse Hervé Poncharal, ex presidente da IRTA.
“Além de tudo, agora temos o European Talent Cup, a Junior Cup e o Red Bull Rookies Cup com motos de 250cc. Faz sentido que os jovens possam estrear no campeonato mundial com uma moto intermediária entre a atual Moto3, de 250cc, e a Moto2 de 765cc. Essa é a ideia”, completou Poncharal.
Mas a principal motivação são mesmo os custos. Em 2025, o orçamento previsto para os motores da Moto3 aumentaram para 80.000 euros. Em comparação, os motores de 765cc da Moto2 custam 60.000 por ano (eles ainda continuam sendo de propriedade da Triumph).
Enquanto a Honda e a KTM podem cobrar cerca de 100.000 euros por um chassi completo de Moto3 em 2025, a futura fornecedora única para 2028 só poderá cobrar no máximo 45.000 euros. Os custos dos motores ainda estão em discussão, mas devem ficar em torno de 30.000 por piloto.
