Os ácidos comentários de Jorge Martin após o GP do Catar, que acusou publicamente a fabricante de pneus Michelin de estar manipulando o campeonato, foram respondidas pelo Diretor Esportivo da marca, Piero Taramasso.
Martin (Pramac-Ducati) teve um péssimo desempenho durante a corrida longa, realizada no último domingo em Losail. O espanhol cruzou a linha de chegada em décimo, a mais de 14 segundos do vencedor, Fabio di Giannantonio (Gresini-Ducati).
Seu rival na briga pelo título Pecco Bagnaia (Ducati) foi muito mais consistente e completou a prova na segunda posição, abrindo novamente 21 pontos de vantagem no campeonato. Martin imediatamente culpou a Michelin pelo mau desempenho.
Como é de costume na Michelin, quando ocorre alguma suspeita de irregularidade, os pneus são enviados de volta à fábrica da empresa em Clermont Ferrand, na França. E foi assim também dessa vez. “Ainda estamos analisando os dados“, antecipou Taramasso.
“O que podemos dizer nessa fase, é que o pneu dele chegou aqui imediatamente após ser produzido, que não tinha sido usado ou aquecido em nenhuma ocasião antes, sendo utilizado para a corrida“, continuou Taramasso. Posteriormente, o dirigente destacou o desempenho dos pneus franceses.
“Recordes foram quebrados nesse fim de semana e o recorde de corrida foi quebrado na última volta demonstrando a consistência dos pneus Michelin. A maioria dos pneus escolheu o composto duro, tanto para a dianteira quanto para a traseira em uma pista com asfalto novo e 22 voltas.“
O recorde de volta mais rápida foi quebrado por Enea Bastianini, com uma Ducati GP23 similar à de Martin, o que sugere que a equipe oficial conseguiu achar um acerto melhor para a corrida longa do que a equipe satélite Pramac, por onde corre Martin.
Por outro lado, Franco Morbidelli também apresentou queixas aos pneus: “todos viram isso claramente na corrida de Martin. Se você ficar com um pneu inutilizável, você está perdido”, disse. “Não tive chance com essa borracha. Foi complicado. Fui mais rápido no aquecimento com um pneu usado que já tinha usado no calor do meio-dia de sexta-feira do que com pneus novos. Isso não pode ser verdade.“