A Michelin respondeu as críticas da Honda, que acusou a fornecedora única de pneus para a MotoGP de ter arruinado o seu GP da Indonésia e causado o acidente de Marc Márquez.
A resposta veio de Piero Teramasso, diretor da Michelin para a MotoGP que, segundo as informações coletadas pelos italianos do GPone se mostrou surpreso com as declarações de Alberto Puig, gerente da Repsol Honda. Ele afirma que os dois já haviam conversado sobre a decisão antes da corrida.
“Fiquei surpreso, falei com Puig porque ele não estava nos testes“, disse Teramasso. “Expliquei toda a situação para ele, porque fizemos essa escolha, tentei dar a ele todos os elementos que ele provavelmente não tinha. Todas as outras equipes e a esmagadora maioria dos pilotos entenderam, tanto que ninguém mais reclamou. Estou surpreso que só ele não tenha entendido“, insistiu.
Segundo Teramasso, a mudança na escolha dos pneus foi tomada em prol da segurança. Durante os testes pré-temporada realizados no circuito de Mandalika, a Michelin observou que os compostos de 2022 esquentavam em demasia e se desgastavam em excesso, o que poderia trazer uma situação perigosa no calor extremo da corrida indonésia.
“Sempre colocamos a segurança em primeiro lugar. Os pneus não aguentariam a distância de corrida e nos testes, como as temperaturas estavam muito altas, nenhum dos compostos funcionou“, explicou. “Todas as equipes perceberam. Depois, conversei com todos, explicando a situação e informando que haveria uma mudança para o GP. A única solução era utilizar um composto de 2017/2018 que esquentava menos.”
A Honda, que liderou os testes com Pol Espargaró, foi cerca de 8 décimos mais lenta durante o fim de semana da corrida com os novos compostos. O espanhol concluiu a corrida em décimo e Marc Márquez nem chegou a correr, após sofrer quatro acidentes nos treinos, o mais forte deles no Warm Up causando uma concussão cerebral e a volta da sua diplopia.
“Esse tipo de pneu tem um pouco menos de aderência, mas oferece mais estabilidade à moto. Mas no fim de semana, os pilotos fizeram os mesmos tempos dos testes quando correram três dias em pista seca“, disse Teramasso, que descarta a culpa da Michelin no acidente de Márquez. “Analisamos os dados do acidente e posso excluir que foi por causa dos pneus“, garante. No final, a corrida foi disputada em pista molhada.