Muitos pilotos tem criticado o comportamento dos pneus Michelin nessa temporada de MotoGP. Suspeita-se que a fabricante francesa esteja favorecendo o compatriota Fabio Quartararo, o que negam veementemente.
Depois do GP da Inglaterra, realizado no último domingo (29), Valentino Rossi (Yamaha), Pecco Bagnaia (Ducati), Joan Mir (Suzuki) e outros pilotos relataram uma drástica queda de desempenho do pneu traseiro antes mesmo de chegar à metade da corrida, a ponto de concluírem a prova em um ritmo até 3 segundos mais lento do que antes.
Ciente de todas estas críticas e dos comentários que começam a surgir insinuando um tratamento favorável a Fabio Quartararo (Yamaha) por ser francês, o chefe da Michelin na MotoGP, Piero Taramasso, tratou os boatos com naturalidade. “Quando essas situações se desenrolam as pessoas começam a fantasiar“, disse. “É impossível favorecer ou prejudicar um piloto, os pneus são sorteados“, lembrou.
“Silverstone sempre foi um circuito que estressa muito os pneus, ser constante sempre foi uma dificuldade nesse circuito“, explicou Taramasso. “Estivemos ausentes por dois anos e trouxemos uma nova carcaça para o pneu traseiro introduzida no ano passado, quando não corremos. Só encontramos esse desgaste irregular com alguns pilotos, mas não está relacionado com o tipo de moto, tanto que foram 6 fabricantes diferentes nos seis primeiros“, reiterou.
Taramasso, no entanto, admite que a Michelin pode fazer melhor: “É claro que podemos melhorar a antecipação do que pode acontecer na corrida. Para fazer isso temos que trabalhar melhor, especialmente no FP4, com o tanque cheio e fazendo o maior número de voltas possível. Sei que não é fácil, porque o tempo é escasso, mas temos ideias para melhorar esse aspecto e evitar escolhas erradas“.
Por fim, o responsável pelos pneus garante que está do lado das equipes: “Continuaremos investigando alguns casos para entender as causas. São muitos os aspectos que podemos analisar e as equipes nos ajudam enviando os seus dados para nós“, revela. “Assim poderemos dar respostas aos pilotos que nos pedirem explicações que se baseiam em dados objetivos“.