O chefe dos mecânicos da Yamaha Ramón Forcada fez uma análise entre Maverick Viñales e o piloto que o antecedeu, Jorge Lorenzo. O técnico revelou que os dois tendem a “explodir” quando as coisas não vão bem.
“Quando as coisas não estão indo bem, Lorenzo e Maverick explodem“, revelou Forcada em entrevista ao On Track Off Road. “Às vezes, antes de entrar na moto, dizemos: ‘vamos tentar isso e fazer esse outro’, mas se o resultado é ruim, ele fica irritado e então tudo fica fora de controle“, conta sobre Viñales, com a qual trabalha diretamente.
Forcada, no entanto, faz uma ressalva, afirmando que esse estado de espírito pode ser positivo para reagir à adversidades: “Às vezes é bom ser agressivo, porque você tem situações em que você realmente precisa atacar, então, novamente, é preciso encontrar um equilíbrio“.
Viñales substituiu Lorenzo na Yamaha no início de 2017 com uma performance arrasadora, vencendo as duas primeiras corridas da temporada. Contudo, com o passar do tempo, o espanhol foi perdendo o bom sentimento com a moto e sua última vitória aconteceu há quase um ano, na França. Forcada explica que o piloto não se adaptou às mudanças nos compostos promovida pela Michelin após o GP de Itália.
“Naquela época, o piloto tinha que escolher quais eram os melhores pneus, o que não é fácil, porque normalmente não é preto ou branco, às vezes você pode consertar alguns problemas, mas talvez pode perder mais alguma coisa na moto“, explica Forcada. “Então, para o piloto, é importante entender o que vamos ganhar e o que vamos perder para alcançar o equilíbrio“.
O catalão também afirma que a falta de experiência de Viñales pesou: “Para os jovens pilotos é difícil, porque na Moto2 e Moto3 não se tem muita experiência com isso, nem com o motor, porque eles não mexem muito“, relembra Forcada. “Às vezes é difícil controlar tudo. Não basta entender só um ponto, é preciso compreender toda a moto, sabendo o quanto você vai ganhar no início da corrida e quanto você vai perder no final“.
Por fim, Forcada confessa que a Yamaha YZR-M1 atual ainda possui o DNA de Lorenzo: “A filosofia da moto é feita para o estilo de Lorenzo. Um piloto com estilo de frenagem forte e que não se assusta com o movimento da moto, tem mais problemas com ela“, aponta. “Lorenzo sempre era muito, muito suave e a moto parecia não se mexer. Ele reclamava quando a moto estava se jogando, mas comparado à outras era quase nada. Agora, se o piloto tem um estilo agressivo, é muito mais difícil conseguir esse tipo de giro por curva“, conclui.