Marc Márquez deu uma entrevista reveladora ontem (7) durante a conferência de imprensa que abre o GP dos EUA. O octacampeão está de volta, mas confessa que os acidentes na Indonésia não afetaram apenas a parte física, mas também a psicológica.
Márquez sofreu quatro acidentes durante o fim de semana do GP da Indonésia, o mais forte deles durante o WarmUp, que até o impediu de correr. De volta à Espanha, o piloto de 29 anos foi diagnosticado com diplopia (visão dupla) novamente, condição que havia acabado de sanar após um queda de motocross em outubro de 2021.
“O GP da Indonésia foi um dos piores para mim, cai muitas vezes, no WarmUp estava com um pneu novo, que tinha um lado mais alto” lembra Márquez. “O que é passado, agora é hora de reconstruir minha confiança, a semana seguinte foi mais difícil do que o acidente. Comparado com o GP do Catar, estou melhor fisicamente, mas também é verdade que minha confiança está muito pior. É óbvio que depois de um fim de semana ruim e de uma lesão eu fiquei um pouco assustado.“
“Comecei a sentir algo estranho no primeiro voo de volta e foi difícil, pensei que ficaria parado por mais três meses. Depois os médicos confirmaram que a lesão era menos grave do que a primeira e na segunda semana melhorei dia após dia“, revelou Márquez. “Se estou aqui é porque minha paixão [pela MotoGP] é maior do que o meu sofrimento, vou continuar o caminho de voltar a lutar pelo campeonato, mas esse ainda não é o momento.“
Márquez admite que precisou do incentivo dos familiares para continuar: “Há duas semanas nem estava motivado para vir aqui, só queria estar no sofá. As pessoas que estão perto de mim, a começar pelo meu irmão, me ajudaram e me motivaram a treinar passo a passo. Quando você tem uma lesão, você não quer que aconteça de novo, mas depois passa. Nossa paixão é a gasolina.“
Os médicos, no entanto, avisaram-no que o problema pode voltar a qualquer momento: “Eles disseram que o impacto foi enorme e que corro o mesmo risco nesse fim de semana do que daqui a dois anos. É um problema em um nervo que depois de um golpe mexe um pouco, é a minha fraqueza. Sei que existem riscos, mas estou aqui para correr, não para falar de lesões.” Os treinos livres para o GP dos EUA começam hoje a tarde.