Marc Márquez concedeu uma entrevista ao jornal italiano Corriere Della Sera onde comenta sobre sua situação atual, a lesão no braço direito e, é claro, os rivais do passado, como Valentino Rossi.
A temporada 2023 que se avizinha será a primeira de Márquez sem problemas físicos desde 2019. O espanhol quebrou o braço direito na primeira etapa de 2020, uma lesão que até hoje sofre as consequências. Com isso, o octacampeão não nega ter arrependimentos.
“Me arrependi de algumas coisas e aprendi uma lição: não respeitei a lesão”, disse Márquez. “Na vida você toma decisões arriscadas, que às vezes dão certo e às vezes dão errado. No meu caso deu errado”, ao lembrar de quando tentou voltar para a pista apenas uma semana após a 1º operação.
“O motociclismo sempre foi épico, sempre teve super-heróis. Quantas vezes vimos pilotos voltarem para a moto 24 horas após a cirurgia? Se tudo correr bem, eles recebem os aplausos; caso contrário, como no meu caso, em que optei por voltar imediatamente às corridas, você assume as consequências”.
Mas Márquez também acha que teve um pouco de azar: “tive uma infecção e depois o úmero quebrou. Eu não podia fazer nada além de tentar me adaptar“, explicou. Porém não se considera infeliz: “Passei por momentos difíceis, como todos, mas continuo sendo um privilegiado. Vivo da e para a minha paixão”.
E Márquez confessou que pensou em aposentaria: “Sim e ainda me faz chorar pensar nisso. Falei sobre isso por um mês com meu pai, com meu amigo-assistente José, era uma das possibilidades. Mas sendo um atleta e uma pessoa ambiciosa, procurei uma última chance com a quarta operação.“
De volta à pista, o momento não é de celebrar. Apenas 14º nos testes de Portimão, Márquez sabe que a Honda está muito atrás da Ducati: “Não é só Bagnaia, as outras Ducatis estão sempre no topo“. Mas sempre pensa no título: “Difícil, mas esse é o objetivo, sempre.”
Para encerrar, a pergunta que nunca se cala: E Valentino Rossi? “Fez parte da minha carreira, tive bons duelos com Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa, mas a batalha com ele era de outra intensidade, de uma magnitude muito grande. Houve um antes e um depois entre nós“, admite.
Então, o jornalista Daniele Sparisci lança a pergunta final: Você pode imaginar vocês dois sentados em uma mesa conversando, gostariam? “Nunca diga nunca. Não vai acontecer amanhã, mas talvez daqui a 20-30 anos, quem sabe…“. Como costumamos dizer por aqui, o tempo vai dizer.