Marc Márquez não vai participar do GP da Espanha no próximo domingo, mas deu uma entrevista coletiva hoje (27), onde esclareceu vários assuntos, como sua lesão e a punição referente ao acidente no GP de Portugal em março.
Márquez (Honda) colidiu com Miguel Oliveira (Aprilia) e Jorge Martin (Ducati) na terceira volta da etapa em Portimão, fraturando o osso metacarpo de sua mão direita e causando o rompimento nos ligamentos do joelho do piloto português.
Operado no dia seguinte, Márquez afirma que fez de tudo para estar em condições até o GP da Espanha, mas três juntas médicas diferentes votaram pela sua ausência, considerando correr muito arriscado. O tempo de recuperação estimado é de 6 a 8 semanas.
“Primeiro gostaria de enfatizar o quão difícil é para mim ficar sem este GP em casa. Para mim, Jerez é uma das corridas mais importantes do calendário. Ele é sempre muito especial. Tentei me recuperar em quatro semanas, mas infelizmente a tomografia computadorizada de terça-feira revelou que seria muito perigoso correr aqui. Desde o início, os médicos anunciaram que eu teria que fazer uma pausa de seis a oito semanas. Mas estava muito otimista e fiz de tudo para encurtar o período de reabilitação”, disse Márquez.
“A revisão com a minha equipe médica em Madri revelou que era muito arriscado voltar agora. Também enviamos as tomografias para os médicos da Clinica Mayo, nos EUA, que realizaram minha quarta cirurgia no braço no ano passado. Também consultamos os médicos do Red Bull Athletic Performance Center, na Áustria. Todas as três concordaram que pilotar em Jerez era muito arriscado. Havia o risco de destruir o resultado da operação na corrida, porque o osso metacarpo do polegar direito tem um rasgo muito pequeno. É por isso que volto esta noite a Madri para continuar a minha reabilitação lá“, explicou.
Márquez também destacou que a ausência não é um sinal de aposentadoria: “Minha paixão não sofreu nem um pouco com este acidente“, garante. “Combinei com a equipe que voltarei à pista o mais rápido possível. Mas quando três equipes médicas independentes e separadas desaconselham fortemente, devo seguir essas instruções. Voltarei na primeira oportunidade e ajudarei a tornar o projeto competitivo novamente.“
Márquez também aproveitou para comentar sobre as polêmicas em torno da punição a que foi submetido pelo acidente no GP de Portugal: duas voltas longas, que seriam cobradas no GP da Argentina, o qual não participou. Depois, a FIM alterou a regra para “no próximo GP que disputar” e a Honda recorreu. Essa foi uma decisão da equipe, disse o piloto de 30 anos.
“Recebi uma penalidade no domingo depois de Portimão, com o qual concordei totalmente. Então, não sei por que eles mudaram depois de dois dias” relembrou Márquez. “A equipe decidiu recorrer. Como você pode imaginar, quando você está ferido, não pensa nessas coisas, especialmente quando os médicos dizem que serão seis a oito semanas e você perderá três a quatro corridas. Acredite, a pior punição para um piloto é se machucar e perder três corridas.“
Márquez, no entanto, admite que ficou contrariado com a mudança da regra com o campeonato em andamento: “A equipe continuou com o apelo, porque, normalmente quando você recebe uma penalidade, se você concorda e assina os papéis, deve ser aquela penalidade e não outra“, opinou.
A Honda recorreu da reformulação da regra, alegando que uma regra não pode ser alterada depois de implementada. Como consequência a punição foi suspensa, mas a decisão final do Tribunal de Recurso do MotoGP ainda não foi tomada. Márquez planeja retornar no GP da França em 14 de maio.