Marc Márquez deve esperar até os testes coletivos de Misano, programados para 11 de setembro para, enfim, decidir o seu futuro na MotoGP. O espanhol ainda tem um ano de contrato com a Honda, mas recebeu carta branca para sair antes se quiser.
Logo após ser campeão mundial pela última vez, em 2019, Márquez renovou seu contrato com a Honda Racing Corporation (HRC) por mais cinco anos, até o fim de 2024. Um contrato multimilionário, que o colocava na condição de piloto mais bem pago da MotoGP.
Mas muita coisa aconteceu desde então. Márquez fraturou seriamente o seu braço direito resultando em quatro cirurgias. Inúmeros acidentes trouxeram novamente o problema da visão dupla. E, além de tudo, a Honda deixou de ter uma moto competitiva.
O ano de 2023 era para ser de redenção para Márquez. Fisicamente recuperado e com a Honda tendo feito inúmeras modificações na moto durante o inverno, o mínimo que se esperava era ver o octacampeão brigando novamente pelo título.
Mas o que se viu foram inúmeras quedas (15 em corridas e sessões de classificação), novas lesões e uma sensação de que Márquez perdeu a paciência. O piloto de 30 anos ocupa apenas a 19ª posição no campeonato e marcou seus primeiros 2 pontos em uma corrida normal apenas na Áustria.
A situação ficou tão caótica que em um determinado momento, até o presidente da HRC, Koji Watanabe foi questionado e deixou bem claro: “Queremos alcançar nossos rivais o mais rápido possível mas, no final, é ele quem decide. Se ele decidir sair, eu não vou impedi-lo”, disse.
De acordo com a imprensa italiana, Márquez vai esperar até os testes coletivos de Misano, em 11 de setembro, para decidir se fica ou se sai. É quando a Honda vai disponibilizar, pela primeira vez, o protótipo 2024 da RC213V, com as novidades prometidas por Watanabe.
“Falei com uma pessoa muito importante da Honda e ele me disse que Marc continuaria com eles, mas hoje isso não está tão certo“, disse Oscar Haro, ex-diretor da equipe LCR-Honda em uma entrevista ao canal Twitch. “O teste de Misano é muito importante e depois será tomada uma decisão. Isso não existia antes.“
O GP da Áustria, realizado no último domingo e dominado por Pecco Bagnaia, da Ducati, deixou claro para todos: quem não tem uma moto aerodinamicamente eficiente não consegue ganhar na MotoGP de hoje. E o próprio Márquez reconhece isso.
“Eu disse isso há três ou quatro anos, mas se você disser alguma coisa, é como: ‘Só porque você não consegue’. Não me adaptei a essa aerodinâmica… quero dizer, claro que você pode se adaptar, mas na MotoGP de hoje você depende muito mais da sua moto.“
Uma coisa é certa: o público e a atmosfera no GP da Áustria foram bons, mas o desenrolar da corrida não foi particularmente emocionante com Bagnaia ganhando por 5 segundos de vantagem e zero ultrapassagens na briga pela vitória, algo inimaginável poucos anos atrás.
Além de tudo, um Marc Márquez comedido não é bom para a MotoGP. O espanhol é considerado a maior estrela da atualidade e o último remanescente da “era de ouro” com Valentino Rossi, Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa e Andrea Dovizioso.
Por isso, o espanhol vem sendo o centro de inúmeras especulações desde abril. Desde uma mudança para a KTM, um plano ambicioso envolvendo a MV Agusta e até uma ida à Pramac na vaga deixada por Johann Zarco. Seja o que for, será decidido após 11 de setembro.