Estão crescendo os rumores na Espanha de que Marc Márquez poderia deixar a Honda no final de 2024 para juntar-se à KTM. É uma trama que envolve dois pilotos, um patrocinador e um empresário. Confira aqui.
Não é segredo que Márquez anda insatisfeito na Honda. Ao contrário de épocas anteriores, o octacampeão tem se mostrado muito vocal sobre os problemas da RC213V dizendo coisas como “eu fiz a minha parte [ao me recuperar] e eles não“, ao entregar-lhe uma moto não competitiva.
Do seu lado, a Honda, assim como a Yamaha fizera com Valentino Rossi 15 anos atrás, parece começar a pensar na vida pós “Era Márquez”. A chegada do trio da Suzuki, Joan Mir, Álex Rins e Ken Kawauchi é uma indicação que a reconstrução da equipe não passa apenas por ele.
Novamente impedido de correr na Argentina e nos EUA por uma lesão na mão direta, Márquez teve que se contentar em ver Alex Rins correr com as últimas atualizações desenvolvidas pela Honda e vencer a corrida no Circuito das Américas no domingo passado.
Márquez tem contrato com a HRC até o fim de 2024. Foi um acordo lucrativo assinado pouco antes da malfadada temporada 2020 e que deve ser cumprido. Após isso, no entanto, o futuro do espanhol é uma tela em branco. Gente como Wayne Rainey já disse achar que uma mudança de ares seria bem vinda.
Parece difícil imaginar Márquez em uma Yamaha na fase final de sua carreira. Assim como na Ducati, que tem sua própria linha sucessória e não quer ver um octacampeão tirar os louros da moto. O brilho do espanhol também parece grande demais para a pequena Aprilia, de modo que só resta a KTM.
Márquez correu pela KTM nas 125cc em 2008 e 2009. As duas partes ainda têm uma ligação em comum: a Red Bull. No ano passado, o piloto de 30 anos trocou o empresário de longa data, Emilio Alzamora, para ter Jimmy Martínez, um dos principais nomes da marca de bebidas energéticas.
Mas a KTM também tem a sua própria escola de pilotos, com um grande trunfo na manga: Pedro Acosta. O espanhol de apenas 18 anos foi campeão com facilidade na Moto3 em 2021 e pode repetir o feito esse ano na Moto2. É considerado um novo Marc Márquez e a Honda está de olho nele faz tempo.
De acordo com Óscar Haro, ex-diretor esportivo da LCR-Honda, Alzamora, depois do que aconteceu com Márquez, estaria disposto a fazer uma pequena “guerrinha” contra o ex-pupilo e se ofereceu para ser o mentor de Acosta, abrindo seu caminho diretamente para a vaga do octacampeão na Repsol-Honda.
Coincidentemente, os contratos de Brad Binder e Jack Miller com a KTM expiram no final de 2024. A marca austríaca, portanto, não teria nenhum impedimento contratual para receber Márquez, ao mesmo tempo que Acosta seria cedido para a Honda.
Parece coisa de filme, mas lembra-se como a ida de Valentino Rossi para a Yamaha, em 2004, parecia absurda? E a de Eddie Lawson da Yamaha para a Honda em 1989? O fato é que todas as peças parecem realmente se encaixar. Como sempre digo aqui, o tempo vai dizer.