Jorge Lorenzo pode ter estabelecido, no GP da Austrália, realizado último domingo (27), o pior momento de sua carreira. O pentacampeão mundial chegou em último, a 1min06 de Marc Márquez e a 40 segundos de Johann Zarco, em sua primeira corrida pela Honda.
Depois de largar apenas na 19º posição dentre 21 competidores, Lorenzo assumiu a última posição na quarta volta, quando Tito Rabat (Avintia) caiu. Daí em diante, o espanhol não conseguiu ganhar mais nenhuma posição até a bandeirada de chegada.
“Esta pista não tem sido boa para mim nos últimos anos. Estava muito frio e ventoso. Tentei salvar os pneus no lado esquerdo o máximo que pude, mas não consegui e as últimas voltas foram muito ruins“, explicou Lorenzo ao Motorsport.com. “Por causa do vento, é preciso tentar ter a cabeça mais avançada, mais na carenagem, para impedir que o vento influencie a estabilidade da roda dianteira, forçando muito o pescoço e a lesão“, continuou. “Assim, você precisa agarrar a moto com mais força nas acelerações“.
Sobre a sua situação, inédita em sua carreira, Lorenzo se mostra resignado: “Eu já sabia que iria sofrer, você só espera que as coisas mudem, mas elas mudaram“, lamentou. “Tudo isso torna as coisas mais longe do mais rápido. Na Malásia, em condições normais, esperamos que tudo seja melhor“, completou.
O péssimo resultado de Jorge Lorenzo em Phillip Island coloca em dúvida, mais uma vez, sua continuidade na Honda. Johann Zarco, em sua estreia com a moto japonesa da equipe LCR, finalizou a corrida em 13º, nada menos do que 40 segundos a frente do espanhol, que pilota uma máquina de fábrica, teoricamente superior.
“O que posso dizer claramente é que há uma degradação no relacionamento entre Jorge e a equipe, mas isso é normal porque ver um cinco vezes campeão mundial terminar a corrida em último, a um minuto e seis segundos do líder… acho que é algo deprimente para ele, para sua imagem” comentou o chefe da LCR, Lucio Cechinello ao GPone.
O dirigente ainda acredita que Lorenzo não está mais disposto a fazer outro ano assim. “Acho que ele esperará para ver como é o protótipo de 2020, então eu acho que ou continua ou para antes do início da próxima temporada“, opina Cecchinello. “Ele dirá ‘olha, eu não vou usar essa moto, paro de correr’. Acho que essa é a chave, porque não consigo imaginá-lo disposto a fazer outro ano inteiro, com 20 corridas, para sempre terminar em último”, opina. “Eu acho que não é do seu interesse nem da HRC“.