Jorge Lorenzo defendeu Pecco Bagnaia em declarações a um recente podcast. O tricampeão de MotoGP acha que o italiano não está tão mal e vê semelhanças entre o seu estilo de pilotagem e o dele próprio.
Lorenzo, que se aposentou como piloto após o término da temporada 2019, hoje atua como empreendedor e comentarista de MotoGP para múltiplos canais. Para o podcast Duralavita, o espanhol comentou sobre o GP da Itália, realizado no último fim de semana em Mugello.
“Estou surpreso com o resultado final, achei que o Pecco lhe daria mais trabalho no final da corrida”, começou Lorenzo. “Ele fez isso durante cinco, oito voltas, dando um show. Já tínhamos visto uma ótima disputa a três na Sprint, mas não esperávamos que o show fosse ainda melhor no domingo. Mas no final o Marc ainda tinha alguns décimos de vantagem.”
Então Lorenzo se concentra em Bagnaia: “Marc é melhor com a moto em muitos aspectos, mas também acredito nas dificuldades do Pecco porque já passei por isso. Também tive períodos como esse em 2011 ou quando mudei para a Ducati. O motor é algo que não se pode mudar durante o ano, mas o resto, como o quadro ou a aerodinâmica pode, então é possível que a GP25 melhore até o final do ano.”
Lorenzo, então, explica melhor as diferenças entre Márquez e Bagnaia: “existem dois tipos de piloto: os sensíveis, como eu era, como Pecco é, que precisam ter controle de tudo; o [John] Kocinski precisava que tudo estivesse perfeito para atingir o seu potencial… e os velocistas. O [Loris] Capirossi estava sempre fora de controle com qualquer moto, o Stoner, o Marc… são pilotos menos sensíveis e não sentem muito as mudanças. São agressivos e não pensam muito.”
“Quando eu estava na Honda, experimentei a moto do Marc e não era viável. A primeira sensação foi: ‘nossa, com essa moto consigo frear muito mais tarde’, o peso estava na traseira e a dianteira era muito dura. Mas se este não for o seu estilo de pilotagem, você dá a volta e o tempo não aparece”, revelou.
“Então eu defendo o Pecco, ele não está indo mal, não há muita diferença para o Marc, mas ele não está se dando bem. Naquela batalha vimos um Pecco tão agressivo quanto o Marc, este na defensiva, o que é incomum. Em 2019, quando ele dominou com a Honda, ele sempre era agressivo e no limite. Acho que se ele já tivesse o título garantido, ele teria assumido muito mais riscos na disputa com o Pecco”, opina.