Quase seis meses após o seu primeiro teste em uma Ducati, Jorge Lorenzo tem agora uma visão clara do que a marca italiana precisa fazer para vencer na MotoGP. Para o espanhol, eles deveriam adotar uma filosofia de projeto mais parecida com a Yamaha.
Após três etapas, Lorenzo tem encontrado dificuldades em adaptar o seu estilo de pilotagem suave à Desmosedici GP17, motocicleta reconhecida há anos como muito potente, porém indomável. O espanhol, contudo, acha que os italianos deveriam tentar tornar a vida do piloto mais fácil.
“Yamaha e Ducati são duas fabricantes muito diferentes, com duas filosofias diferentes“, disse Lorenzo ao Motorsport. “A Yamaha sempre está obcecada com o chassi, em tornar a vida do piloto mais fácil”, explicou. “A Ducati, por outro lado, optou nos últimos 10 anos em produzir o motor mais potente e dosá-lo com boa eletrônica“.
Para Lorenzo, no entanto, chegou a hora de uma mudança de mentalidade: “Talvez agora precisemos mudar as prioridades e, além de continuar desenvolvendo o motor, experimente novos tipos de chassis para tornar a dirigibilidade mais fácil e facilitar a vida do piloto“, acredita o pentacampeão mundial.
A Ducati, que foi campeã apenas uma vez, com Casey Stoner em 2007, venceu duas corridas em 2016, com Andrea Dovizioso e Andrea Iannone, o que não acontecia há seis anos. Entretanto, em 2017 o time parece ter ficado para trás novamente, de acordo com as declarações de Dovizioso na semana passada.
Para Lorenzo, as dificuldades são diversas: “a aceleração não é um problema tão grande e sim a falta de aderência na dianteira, não há em quase toda a parte“, revelou resignado com a proibição das asas, que minimizavam esse problema: “Eles decidiram mudar as regras, então temos que adaptar nossa evolução com essas regras“, concluiu.