O ex-diretor da Suzuki, Livio Suppo acha que a Honda não poderá culpar os pilotos se o fracasso persistir na temporada 2023 de MotoGP. Para o dirigente, a equipe japonesa colocou tudo no lugar para voltar a vencer na Categoria Rainha.
Após mais uma temporada decepcionante em que não pôde contar com Marc Márquez, a Honda contratou para 2023 os serviços de Joan Mir e Alex Rins, além do gerente técnico Ken Kawauchi, todos oriundos da Suzuki, que resolveu deixar a MotoGP no fim do ano passado.
“A Honda agora tem dois ex-campeões mundiais, um piloto que venceu duas das últimas três corridas e Nakagami, que provou que é tudo menos um piloto lento. Não têm estreantes e têm quatro bons pilotos“, disse Suppo ao site oficial da MotoGP. O italiano também trabalhou na Honda ao lado de Casey Stoner entre 2011 e 2012.
“Três deles têm condições de vencer corridas, dois deles já ganharam um título, por isso não podem fazer os pilotos assumir a culpa se o desempenho não estiver certo. Não há desculpas“, acredita. No entanto, muitos acham que Rins e Mir terão dificuldades, porque a Honda é uma V4 e eles só pilotaram a Suzuki, que é uma quatro em linha, tida como uma moto mais fácil.
“Tanto o Joan como o Alex só têm experiência com a Suzuki na MotoGP. Eles só pilotaram motores de quatro cilindros em linha, que todos os pilotos dizem ser mais fácil de dirigir do que um V4. Vai ajudar se eles não pensarem muito sobre isso e apenas verem a moto como uma moto”, acredita Suppo.
“Claro que não será fácil, porque eles têm um nível muito alto com Marc. Em dez anos, ninguém conseguiu marcar mais pontos do que ele em uma temporada na mesma moto. A última vez que a Honda ganhou uma corrida sem Marc foi em 2017, isso foi há muito tempo“, relembra Suppo, antes de explicar que esse é o maior problema.
“Às vezes, quando os resultados não chegam, é fácil para os técnicos dizerem: ‘a moto está boa, olhe para Marc ou Casey’. Os outros pilotos sentem a pressão. Mas no papel eles têm um time muito forte. Todos nós sabemos do que esses pilotos são capazes. Então, se eles não podem fazer isso, então a moto é um problema. Se não houver resultados, então o problema está claramente na motocicleta”, acredita Suppo.
Além do material humano contratado da Suzuki, a Honda também trouxe dois parceiros competentes para a parte técnica: os alemães da Kalex para confeccionar o braço oscilante e os eslovenos da Akrapovic para o sistema de escape da nova RC213V. A apresentação é em 22 de fevereiro.