Comprometida com cinco pilotos para quatro vagas em 2024, a KTM tem um problemaço para resolver nas próximas semanas. Sem saída, os austríacos tentam agora convencer a Dorna a liberar pelo menos mais uma moto, para Pedro Acosta.
Presente nas três classes do Mundial de Motociclismo, a KTM tem uma das melhores academias de pilotos do campeonato que já revelou inúmeros talentos. Tantos que não conseguiu manter todos, caso de Iker Lecuona, Jorge Martin, Miguel Oliveira, Remy Gardner e Raul Fernandez.
Agora eles tentam impedir que o mesmo aconteça em 2023, mas o problema persiste: a fabricante austríaca tem direito a apenas quatro vagas no grid de MotoGP e eles tem contrato com cinco pilotos, os quatro que já estão lá e o polêmico Pedro Acosta, líder da Moto2.
Acosta e seu empresário pressionaram a KTM a assegurar uma vaga na MotoGP para 2024. Os austríacos, que não queriam perder o piloto mais promissor da nova geração para outro fabricante, se comprometeram a encontrar um lugar para o espanhol – a qualquer custo.
Mas onde alocar Acosta? A equipe oficial tem contrato com Brad Binder e Jack Miller até o fim de 2024. Na GasGas eles também se comprometeram com Augusto Fernandez, campeão da Moto2 no ano passado e que vem conseguindo se destacar em sua primeira temporada na MotoGP.
Pol Espargaró sofreu um grave acidente nos treinos para o GP de Portugal e passou todo o primeiro semestre em recuperação. Mas sua volta na Inglaterra foi melhor do que o esperado, marcou pontos e demonstrou que quer correr. Além de também ter um contrato para 2024.
O ideal para a KTM, portanto, seria manter as duas equipes exatamente como estão e fazer outra para Acosta. O problema é que a Dorna não quer liberar mais duas vagas (as que eram da Suzuki) para outra equipe satélite, pois estão em busca da chegada de um novo fabricante.
Uma saída seria simplesmente comprar uma equipe satélite existente, como a Gresini, LCR ou RNF. O diretor da equipe KTM, Pit Beirer admitiu ao Speedweek que tem havido contatos com alguns times para obter informações com 2024 em vista.
“Na França tivemos uma conversa com a equipe Gresini e duas semanas depois eles chegaram a um acordo com o seu atual fornecedor (Ducati). Pedimos a Lucio Cecchinello informações sobre a situação e a conversa terminou quando nos informou que tem contrato com a Honda para 2024. Razlan Razali também tem contrato com a Aprilia e não queremos tirar o time satélite deles“, disse Beirer.
“Os nossos esforços e desejos continuam nas conversações semanais com a Dorna para conseguir mais lugares. Estamos tentando obter um quinto. Se nos dissessem que seria inconveniente porque só há equipas com dois pilotos, também podemos ter seis“, explicou Beirer.
“Estamos nos esforçando muito para conseguir assentos adicionais, mesmo que as negociações sejam complicadas. Não queremos abrir mão dos nossos cinco pilotos, queremos mais uma vaga. Este é o nosso objetivo e até ao verão queremos uma solução“, completou.
Certamente grandes negociações serão feitas na próxima etapa, o Grande Prêmio da Áustria, no circuito Red Bull Ring, praticamente a casa da KTM. É onde o CEO da empresa, Stefan Pierer costuma estar presente e os rumos para o ano seguinte são definidos.