A Kawasaki Heavy Industries também sente os efeitos da pandemia e, para minimizar as perdas financeiras, anunciou na segunda-feira (2) que fará uma grande reestruturação em suas empresas a partir de 2021. Uma delas será o desmembramento de sua divisão de motocicletas e motores.
Talvez nem todos saibam, mas as motocicletas são apenas uma fração dos negócios da Kawasaki Heavy Industries, um conglomerado que produz navios, trens-bala, aviões, robôs industriais, turbinas a gás, caldeiras, drones e outros. Mesmo assim o grupo espera um prejuízo operacional de cerca de 5 bilhões de ienes, ou 47 milhões de dólares, no atual ano fiscal.
De acordo com a declaração da empresa, o futuro do transporte parece ser bastante forte, apesar da pandemia. Citando a sustentabilidade ambiental e a eficiência das viagens ferroviárias, a empresa identificou vários projetos potenciais de infraestrutura em várias regiões e busca capitalizar a oportunidade, alocando mais recursos para realizá-los. Eles também planejam integrar os segmentos naval e de estrutura offshore até abril de 2021.
Até o mesmo mês, o grupo também pretende integrar todas as suas ramificações de energia. Citando a tendência de o hidrogênio ser considerado uma fonte limpa, a Kawasaki vai intensificar o desenvolvimento de transportadores, turbinas a gás, tanques de armazenamento e sistemas de liquefação com o material.
Enquanto isso, a divisão de motocicletas, motores e powersports deve ser desmembrada em uma nova empresa até outubro de 2021. Sendo o único negócio de produção em massa voltado para o cliente, a Kawasaki projeta que, dessa forma, os principais fatores operacionais, como tomada de decisões, desenvolvimento de produtos e entrada no mercado, serão significativamente acelerados.
A notícia pode causar um certo pânico à primeira lida, mas vamos com calma. Na verdade, suas concorrentes, Honda e Yamaha já fazem o mesmo. A marca da asa, por exemplo, divide a produção de carros e motos em duas razões sociais diferentes. O mesmo ocorre com os diapasões, em sua linha de instrumentos musicais e de motores, por exemplo.
O presidente da Kawasaki, Hashimoto Yasuhiko, disse em uma entrevista coletiva que espera que o segmento de motocicletas continue a fortalecer a marca Kawasaki e a revitalizar o mercado por meio da colaboração com outras empresas. A cisão manterá os mesmos ativos, propriedade intelectual e recursos humanos. A controladora continuará a fornecer suporte financeiro e tecnológico na maioria dos casos.