Lembra quando dissemos que a Kawasaki iria adotar os novos sistemas de segurança que a Bosch havia desenvolvido? Paralelamente, a marca japonesa trabalha em um projeto alternativo que promete deixar suas motos um passo a frente em termos de segurança.
Tudo gira em torno do controle de cruzeiro (cruise control) que terá um papel fundamental na segurança do trânsito nessa década. Já bastante difundido entre os carros, o recurso ainda é disponível em quantidades limitadas e com um funcionamento rudimentar em motocicletas limitando-se a manter uma velocidade constante.
A iniciativa da Bosch é trazer os sofisticados sistemas de cruise control dos carros mais recentes para as motos. A maioria são baseados em radares para monitorar a posição dos carros na frente acompanhando automaticamente o ritmo do tráfego ao redor. Eles também permitem a introdução de alertas e sistemas automáticos de frenagem de emergência, antecipando as ações do motorista.
Mas nem todo fabricante está convencido de que os controles de cruzeiro baseados em radares sejam a solução. Embora mais eficientes na escuridão ou em condições de baixa visibilidade (cortando chuva ou nevoeiro para “ver” claramente qualquer objeto em seu caminho), algumas montadoras, principalmente a Subaru preferem usar câmeras, que têm outros benefícios.
Quando aliados ao software certo, as câmeras são melhores em reconhecer a diferença entre veículos e objetos na estrada, além de distinguir em qual faixa um veículo à frente está e de reagir mais rapidamente do que o radar. O sistema da Subaru, por exemplo, é capaz de reconhecer quando as luzes de freio estão acesas emitindo um aviso antecipado antes que eles comecem a desacelerar. É exatamente esse o sistema desenvolvido pela Kawasaki nas imagens dessa patente descoberta pelos britânicos.
O controle de cruzeiro baseado em câmeras é mais complexo e para funcionar corretamente depende de duas unidades separadas a uma distância fixa para obter uma visão estereoscópica. É o mesmo princípio que seu cérebro utiliza (visão de dois olhos) para avaliar as distâncias.
As imagens aqui mostradas planejam como colocar uma câmera em cada lado da carenagem de uma Ninja H2 SX e de uma Versys1000. As câmeras (número 60 na imagem acima) podem ser colocadas ao lado dos piscas, design que combina particularmente com a Kawasaki, que adota esse design há décadas. Ao contrário dos radares, que precisam ser montados diretamente no nariz, as câmeras podem funcionar nessa posição.
A expectativa é de que a Kawasaki apresente modelos com o sistema da Bosch baseado em radares no final de 2020 e 2021. Essa parece ser a segunda geração, que deve aparecer um pouco depois, por volta de 2025. Os britânicos, contudo acreditam que a marca japonesa pode combinar ambas as tecnologias.