A Kawasaki revelou hoje (25) no Salão de Tóquio a Z900RS, aguardada versão retrô da naked tetracilíndrica apresentada no ano passado. Com visual clássico e ciclística moderna, a marca japonesa pretende abocanhar parte desse segmento que só cresce.
Como todos sabemos, o Japão não é exatamente o povo mais tradicionalista do mundo. No que concerne à engenharia, a Terra do Sol Nascente gosta mesmo é de olhar para o futuro, em busca de novas e melhores soluções técnicas para facilitar o nosso dia a dia.
Mas os tempos estão mudando. E nos últimos anos, o que vimos é uma verdadeira “febre de passado”, especialmente no ocidente, um dos grandes mercados da Kawasaki. E se é isso que o mundo quer, é isso que o mundo vai ter, provavelmente disseram os diretores japoneses.
A Kawasaki Z900RS (sigla que significa “Retro Sport”) foi inteiramente inspirada na Z1, a primeira verdadeira superbike lançada pela marca verde em 1972 e que ainda balança o coração de motociclistas até hoje. Até o esquema de cores, por exemplo, é idêntico ao da versão original.
A mecânica, é claro, é totalmente derivada da Z900, naked lançada no ano passado e que acaba de chegar ao Brasil. Dela, a Z900 RS herdou o motor de quatro cilindros em linha, mas com a potência levemente reduzida: 112 cv à 8.500 rpm, com o torque de 9.99 kgf.m disponível mais cedo, a 7.700 rotações, pensando menos em esportividade e mais em um uso civil.
Outras mudanças aconteceram na caixa de câmbio. A 1º marcha é mais curta que na Z900 convencional, para aumentar a agilidade na cidade onde semáforos são frequentes. A sexta, por outro lado foi ainda mais alongada, para baixar a rotação (e consequentemente as vibrações) em pequenas viagens.
O chassi, embora também seja de aço treliçado como na Z900, foi inteiramente redesenhado para acomodar um novo tanque de combustível. Outro objetivo foi oferecer uma posição de pilotagem mais relaxada e parecida com a Z1. As bengalas dianteiras são idênticas em ambos os modelos, com 41mm de diâmetro e reguláveis em compressão e rebote. O amortecedor traseiro, à gás e montado quase horizontalmente, também possui regulagens.
Os freios, por outro lado, receberam atenção especial. A Z900RS ganhou pinças dianteiras monobloco de quatro pistões de montagem radial, enquanto a Z900 ainda conta com quatro pistões convencionais. A versão retrô conta agora com embreagem deslizante e controle de tração, o que sugere que o modelo 2018 da naked também receberá esses aprimoramentos quando for lançado.
O painel agrupa velocímetro e conta giros analógicos dispostos em “copinhos”, o que deve levar os entusiastas a loucura. A Kawasaki, no entanto, manteve um pé na modernidade, agrupando as demais informações (hodômetro, marcador de combustível, indicador de marchas, nível do óleo e do controle de tração) ao centro, de forma digital.
Os japoneses também deixaram de lado as lâmpadas convencionais equipando a Z900RS inteiramente com LEDs, até nos piscas e lanterna traseira. Os espelhos retrovisores, no entanto, são redondos. O escapamento 4×1 foi desenvolvido para um “ronronar grave a baixas rotações”, de acordo com a Kawasaki.
A motocicleta será oferecida nas cores preta brilhante, grená com laranja e verde fosco com preto. Uma vasta gama de acessórios será oferecida, como um para brisa no estilo Café Racer entre outros, o que muito deve divertir os entusiastas do passado. Preço e disponibilidade, no entanto, ainda não foram divulgados.