A Kawasaki anunciou essa semana o desenvolvimento da Ninja H2 HySE, a primeira motocicleta do mundo movida a hidrogênio. Os testes com o primeiro protótipo começam em 2024.
Anunciada pela primeira vez no Salão de Milão do ano passado, a motocicleta é um dos vários desenvolvimentos simultâneos que a Kawasaki está fazendo para se livrar dos combustíveis fósseis. Esse ano, a marca apresentou duas motos elétricas e duas híbridas.
O protótipo nada mais é do que uma Ninja H2 SX extensamente modificada. O que há de especial: o motor de quatro cilindros em linha com compressor aqui funciona com injeção direta nas câmaras de combustão, uma novidade em motocicletas.
Em termos de design, a Ninja H2 SX ganhou uma carroceria ainda mais volumosa, com um farol de LED em formato de H – uma referência coincidentemente apropriada, não só ao H de hidrogênio, mas também à sigla da linha sobrealimentada H2.
A Kawasaki não entrou em maiores detalhes sobre o funcionamento da motocicleta a hidrogênio. Mas sabemos nessa análise aqui que o armazenamento de hidrogênio líquido exige tanques muito maiores, provavelmente os compartimentos laterais dessa motocicleta.
Além disso, o hidrogênio como combustível não evita o problema das emissões de poluentes. São criados principalmente óxidos de nitrogênio, que teoricamente teriam que ser convertidos usando um conversor catalítico. O próprio combustível também ainda não é produzido de fontes renováveis.
Mas não há dúvidas que a Kawasaki é a fabricante de motocicletas que mais está trabalhando no assunto entre as quatro gigantes japonesas, todas colaboradoras do projeto HySE (que significa Hydrogen Small Mobility and Engine) no Japão.
O protótipo foi mostrado em 12 de dezembro na conferência “Group Vision 2030”, onde a marca apresentou os seus planos para 2030 e além. A divisão de motocicletas, que recentemente foi desmembrada, terá a Kawasaki Heavy Industries contribuindo com a infraestrutura.
O motor da motocicleta irá ao Rally Dakar 2024, no próximo mês, com seu buggy movido a hidrogênio, construído na Bélgica. Eles irão utilizar o evento como campo de testes, nas condições mais severas possíveis, para acelerar o desenvolvimento da tecnologia.