A Kawasaki patenteou o projeto que pode revolucionar a forma como as motocicletas freiam nos próximos anos. O sistema é baseado em um freio auxiliar de acionamento magnético.
Desde que surgiram, há mais de 100 anos, as motocicletas não tiveram seus sistemas de frenagem radicalmente modificados. Trata-se basicamente de pinças que agarram discos (ou lonas) em ambos os eixos, tecnologia que ainda continua a evoluir.
Mas, por mais que os freios continuem a melhorar, esse sistema ainda não resolve a questão do abrupto – e muitas vezes descontrolado – deslocamento de energia para o eixo dianteiro. Veja nas corridas de MotoGP o trabalho que os pilotos passam nas frenagens mais fortes.
Kawasaki parece querer mudar isso nessa patente, que detalha uma espécie de freio magnético para estabilizar a motocicleta. O dispositivo, referido como “freio auxiliar”, é conectado à corrente e freia a unidade final sem pressão no freio de operação real.
O tipo de intervenção deve ter o mesmo efeito estabilizador que um freio traseiro adicional no lado da corrente. No entanto, o projeto da Kawasaki não necessita que o piloto o acione, para que possa se concentrar completamente na direção.
Não está claro como Kawasaki pensa em levar a eletricidade para o sistema. A rede elétrica de uma motocicleta convencional é projetada apenas para 12 volts, e o tamanho da bateria é bastante limitado. Somente se o freio magnético foi fornecido diretamente do alternador uma saída é viável.
A patente mostra o sistema montado em uma moto esportiva, como a Ninja ZX-10R. Faz sentido, pois com a potência cada vez maior e as velocidades cada vez mais altas, torna-se necessário dar um passo adiante no que concerne às frenagens, cada vez mais exigidas.
O sistema também pode ser introduzido nas motocicletas touring, que possuem controles de cruzeiro inteligentes baseados em radares. Até agora, essas motos tem um atraso sobre o freio de operação com cerca de metade da força de frenagem, ou seja, aproximadamente 4,4 m/s². Um freio magnético pode assumir o controle ou pelo menos o ajuste mínimo da velocidade sem usar o hidráulico.
A Kawasaki não é a primeira a vislumbrar frenagens elétricas nos próximos anos. Em 2019, a Brembo também previa esse tipo de intervenção, porém de forma diferente: os cabos hidráulicos serão substituídos por atuadores e sensores eletrônicos para aplicar a melhor pressão sobre as pinças.