A Kawasaki revelou hoje (4) no Salão de Milão, na Itália, a versão “doméstica” da turbinada H2R, vista pela primeira vez no mês passado. Menos agressiva, a superesportiva é chamada apenas de Ninja H2.
Lançada durante o Salão de Colônia (Intermot), na Alemanha, a Kawasaki H2R foi um choque de agressividade. Com um turbocompressor e 300 cv, o modelo intima até os mais acostumados a esportivas potentes. Entretanto, logo surgia a pergunta: tudo isso é necessário?
A resposta veio hoje no EICMA em Milão. Na verdade, a H2R era apenas uma versão para às pistas. Claro, o consumidor “normal”, não teria condições de controlar uma máquina de 300 cv, mesmo com as mais modernas ajudas eletrônicas. Para eles, a marca verde desenvolveu a Ninja H2.
Com o motor amansado para 210 cv, mas mantendo o compressor, a Ninja H2 ainda é bastante impressionante. Segundo a empresa, o propulsor teve pequenas modificações apenas para atender às leis anti-poluição e de ruído, mas ainda provocando sensações “completamente diferentes de tudo que você pode experimentar em uma motocicleta com aspiração normal” disseram.
Iguais, mas diferentes
Estruturalmente, as duas máquinas são semelhantes. A Ninja H2 possui o mesmo quadro em treliça verde da H2R, assim como a balança monobraço e o painel. O escapamento é diferente. Enquanto que na H2R era apenas um “quatro-em-um”, a H2 recebeu uma bela ponteira brilhante no esquema 4x1x2.
A carenagem dispensa as “asas” da irmã das pistas, mas incorpora apêndices aerodinâmicos, sendo o mais visível um spoiler, na dianteira, abaixo dos faróis, que são de leds. Os espelhos (que incorporam os piscas) também atuam como direcionadores de ar.
A eletrônica é de primeira. Há controle de tração com vários níveis de operação (e um modo Race), quick shifter, controle de largada, e, claro, ABS. A H2 também vem com um amortecedor de direção da Öhlins. Entretanto, as suspensões são da marca KYB, totalmente reguláveis.
Os freios são Brembo, semi flutuantes de 320 milímetros com pinças monobloco radiais. O disco traseiro é de 250 milímetros. E se você está pensando em levar garupa, esqueça. O banco de trás foi totalmente ignorado pela Kawasaki. “O aproveitamento das capacidades de aceleração e alta velocidade intensa eram a primeira prioridade” disseram.
Até a cor da Ninja H2 recebeu um tratamento especial. Segundo eles, a tinta provoca uma reação química com uma solução de ions de prata e um agente redutor criando uma camada de prata pura. Assim, a moto parece preta na sombra, mas torna-se espelhada na luz. Mesmo perdendo o “R” a Kawasaki H2, definitivamente, não passa despercebida.
Kawasaki Ninja H2 – Ficha Técnica
Motor: DOHC, 4 cilindros em linha, 4 tempos, 998 cm3, 16 válvulas
Diâmetro x Curso: 76,0 x 55,0 milímetros
Taxa de compressão: 8,5: 1
Sistema de alimentação: injeção eletrônica digital dupla, φ50 mm x 4
Sistema de admissão: Kawasaki Supercharger
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Lubrificação: Lubrificação forçada, cárter húmido com radiador de óleo
Transmissão: 6 marchas, por corrente
Embreagem: manual, multi disco em banho de óleo
Quadro: treliça tubular de aço, balança monobraço
Suspensão dianteira: invertida garfo com rebote e amortecimento de compressão, mola de pré-carga ajustabilidade e molas, 120 milímetros de curso
Suspensão traseira: pró-link à gás, compressão e pré-carga ajustáveis, 135 milímetros de curso
Ângulo de cáster: 24,5
Freio dianteiro: dois discos semi-flutuantes de 330 mm, com ABS
Freio traseiro: disco único de 250 mm, com ABS
Dimensões
Comprimento: 2.085 milímetros
Largura: 770 milímetros
Altura: 1.125 milímetros
Distância entre-eixos: 1.455 milímetros
Distância do solo: 130 milímetros
Altura do assento: 825 milímetros
Peso total (abastecida): 238 kg
Tanque de combustível: 17 litros
Desempenho:
Potência: 210 cv à 11.000 rpm
Torque: 13,6 kgfm à 10.500 rpm