As lamentáveis performances de Jorge Lorenzo e suas estranhas declarações são o assunto do momento na MotoGP. Muitos já duvidam seriamente de que o espanhol permaneça na Honda na próxima temporada.
No Grande Prêmio da Austrália, realizado no último domingo (27), Lorenzo chegou na última posição, a 1min06s do vencedor, ninguém menos do que o seu companheiro de equipe Marc Márquez. Para completar, Johann Zarco, que fazia sua estreia pela Honda finalizou a corrida 40 segundos a sua frente.
Completamente desanimado, Lorenzo já não fala sequer em somar pontos e sim em apenas diminuir a diferença para Márquez de 1 minuto para 30 segundos, o que de acordo com o jornalista Günther Wiesinger, do diário alemão SpeedWeek, virou motivo de piada no paddock de MotoGP.
“Como piloto de fábrica da Repsol Honda, você não pode ir a um Grande Prêmio e dizer que quer perder apenas 30 segundos para o vencedor“, disse o ex-piloto Chris Vermeulen. “Ei, Jorge, você se esqueceu de soltar o freio de mão?“, soltou Carlos Checa em frente a uma câmera de TV.
Jack Miller, que chegou em terceiro no seu GP de casa, comentou “afinal, ele é mais rápido que Jorge“, sobre estreia de Zarco pela Honda. Um experiente fotógrafo disse a Wiesinger no final de semana na Austrália: “Você pode ver na pista que Jorge está com medo. Ele não deveria mais pilotar“.
Segundo Wiesinger, o contrato entre Lorenzo e a HRC será dissolvido após esta temporada. Até Gigi Dall’Igna, chefe da equipe Ducati e fã ardente de Lorenzo se mostrou surpreso com suas declarações resignadas. “Você não pode dizer isso nem na Aprilia“. Ele espera uma retirada do espanhol.
Por outro lado, o empresário de Lorenzo, Alberto Valera segue insistindo que o pentacampeão cumprirá o seu contrato até o fim. “Temos um acordo com a HRC para 2020 e queremos cumpri-lo. Mas estamos aguardando novas peças para ajudar Jorge a desenvolver seu estilo de pilotar na Honda. Ele precisa de uma motocicleta que o ajude a pilotar rápido e com confiança. Acreditamos na Honda e esperamos que eles tragam uma moto que atenda ao estilo de pilotagem de Jorge até 2020“.
Marc Márquez, no entanto, avisa que a Honda não pode desenvolver duas motos completamente diferentes para 2020. “Dois motores não, duas motos, sim“, disse o octacampeão ao jornal Marca. “Temos quatro chassis diferentes. Você pode escolher. Se não gosta de um, tem outro para ir um pouco melhor”, revelou. “Eles estão se esforçando para fazer uma moto competitiva para todos, mas a prioridade da Honda é vencer, não importa como. Eles querem ganhar“, avisa.
Para Lucio Cecchinello, chefe e dono da equipe satélite LCR-Honda, o momento decisivo para Lorenzo será o primeiro teste pré-temporada em Valência, quando o piloto irá testar o modelo 2020. “Acho que essa é a chave, porque não consigo imaginá-lo disposto a fazer outro ano inteiro, com 20 corridas, para terminar sempre em último”, opinou.