O quinto título mundial conquistado por Jonathan Rea no último domingo (29) é, talvez, o mais doce de sua carreira. Além de reverter uma situação que parecia impossível alguns meses antes, o britânico tornou-se o piloto mais bem sucedido da história do campeonato.
Depois que Alvaro Bautista venceu as 11 primeiras corridas do ano com sua nova Ducati Panigale V4R, parecia que o domínio de Jonathan Rea no Mundial de Superbike estava com os dias contados. No entanto, tudo começou a mudar na etapa de Imola, em maio.
Justamente na casa da Ducati, Rea conquistou duas vitórias importantes mostrando que ainda estava vivo na disputa. Mas o piloto de 32 anos não recuperou a liderança do campeonato até 6 de julho durante o GP da Inglaterra, em Donington Park. Dali em diante, o britânico só aumentou sua vantagem, enquanto Bautista apenas acumulava quedas e problemas.
“Foi o meu maior desafio até agora e nós o conseguimos“, Rea admitiu depois de descer de sua moto em Magny Cours. “O início da temporada foi complicado depois que eles nos venceram dessa maneira. Mas, aceitando o desafio e trabalhando em equipe, também fora da pista, ficamos mais fortes. Enfrentamos todo fim de semana procurando uma oportunidade e tivemos muitas este ano e vencemos muitas corridas“, analisa.
Apesar da confiança, Rea confessa que não esperava levar o título com duas rodadas de antecedência: “O objetivo durante o fim de semana foi tentar, apesar de ser realista, pensávamos que o venceríamos na Argentina e poderíamos ir ao Catar com menos pressão“, admitiu. “Mas hoje tivemos uma chance e eu me vi um pouco melhor com a moto em relação a sábado, com as temperaturas mais altas o ritmo não era tão rápido e eu fui capaz de controlar bem a moto“, explicou.
Depois de passar anos apagados na Honda, Rea mudou-se para a Kawasaki em 2015 não parando de vencer desde então. Mas o título de 2019 será para sempre especial para ele: “É uma lição real de que você nunca pode desistir. Estou muito orgulhoso da minha equipe porque a atmosfera sempre foi muito positiva. No início da temporada, quando tudo era complicado tive que enfrentar um dos maiores rivais que já havia enfrentado e em vez de olhar um para o outro e pensar ‘o que vamos fazer?’, senti que eles me abraçaram e continuamos trabalhando, o que ajudou no meio da temporada“, revelou.
O quinto título consecutivo de Rea não apenas o coloca como o piloto com maior número de campeonatos da história do World Superbike, como também o que possui mais vitórias e pódios. O britânico já acumula 83 triunfos (seu adversário mais próximo, Carl Fogarty soma apenas 24) e ficou entre os três primeiros 162 vezes em 274 largadas, uma média de 59,1%.