A luta contra o Coronavírus perdeu, talvez, o seu mais nobre soldado: o Coronel Tom Moore. Aos 101 anos, o ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, que ganhou notoriedade no ano passado ao arrecadar fundos para a saúde pública britânica foi também um ávido motociclista.
Moore – ou capitão Tom como era conhecido – chamou a atenção do público em abril de 2020, quando arrecadou mais de £ 30 milhões (quase R$ 220 milhões) para as instituições de caridade do NHS. Depois, em reconhecimento a seus esforços foi nomeado sir pela Rainha Elisabeth.
Lamentavelmente, Moore foi diagnosticado com a doença que estava combatendo nas últimas semanas. Após ser levado para o Hospital de Bedford no último domingo (31), suas filhas Ingram-Moore e Lucy Teixeira confirmaram o óbito hoje (2).
“É com grande tristeza que anunciamos a morte do nosso querido pai, Capitão Sir Tom Moore. Somos muito gratas por estarmos com ele nas últimas horas de sua vida“, disseram. “Passamos horas conversando com ele, relembrando nossa infância e nossa mãe maravilhosa. Compartilhamos risos e lágrimas. “O último ano da vida do nosso pai foi nada menos que notável. Ele rejuvenesceu e experimentou coisas que sempre sonhou. “Embora ele tivesse estado em tantos corações por pouco tempo, ele foi um pai e avô incríveis e permanecerá vivo em nossos corações para sempre.“
Nascido em Keighley, na região centro-norte da Inglaterra em 1920, Tom afirma que seu primeiro contato com motos aconteceu aos 12 anos quando comprou os restos de uma Royal Enfield 200 que encontrou em um celeiro e depois a pôs para funcionar sozinho.
Em 1939, foi convocado pelo Exército britânico para atuar na Segunda Guerra Mundial, onde lutou na brutal campanha na Birmânia. Na Índia, foi piloto de despacho incumbido de entregar mensagens vitais através da selva densa. Suas habilidades de pilotagem foram tão úteis que montou um curso para a brigada da qual fazia parte.
Ao retornar ao Reino Unido, as motocicletas ainda eram uma grande parte da vida do Capitão Moore, que chegou a participar de corridas com o número 23 – que até hoje é utilizado pela equipe de enduro do Exército. “Sou um fanático por motocicletas“, disse em uma entrevista no ano passado.