A última geração da Honda CBR1000RR Fireblade não tem sido o sucesso esperado e a marca japonesa já estaria trabalhando em uma reformulação completa na superbike. A principal novidade se concentra no motor, que passaria a ter válvulas variáveis, sistema que a marca chama de VTEC.
A afirmação vem dos respeitados jornalistas norte-americanos da revista Cycle World, que conseguiram desenhos de patente detalhados sobre os planos de motor da Honda para a próxima CBR1000RR Fireblade.
Embora a Honda já utilize válvulas variáveis em alguns de seus modelos atuais (como a VFR800X Crossrunner) trata-se, na verdade, de um dispositivo de desativação de válvulas simples, ao invés de um verdadeiro VTEC, presente em muitos carros da marca desde o final dos anos 80.
O novo sistema, no entanto, é completamente diferente e baseia-se no “ShiftCam” apresentado pela BMW no ano passado e que funciona utilizando dois ressaltos em ambas as árvores de manivelas, que pode ser movida mecanicamente alterando, assim, a combustão e a distribuição de torque.
O sistema da Honda, embora parecido, é diferente em detalhes significativos. O principal deles é na forma de acionamento. Enquanto o motor japonês usa o sistema de mudança de virabrequim nos lados de admissão e escape, o alemão somente altera o tempo e o levantamento das válvulas de admissão.
O motor Honda também oferece seções separadas para a árvore de manivelas para cada cilindro, enquanto o ShiftCam da nova S1000RR usa apenas duas mangas externas, cada uma lidando com dois cilindros. Como as mangas só podem ser movidas para trocar entre os lóbulos das válvulas quando as válvulas estão fechadas, o design japonês parece ter uma janela maior de oportunidade para fazer a troca.
Motores com válvulas variáveis já estão disseminados entre os carros, mas seu uso ainda é pequeno entre as motos. Contudo, as limitações de emissões cada vez mais severas tem levado a imaginação dos engenheiros ao limite para conseguir enquadrar os modelos às novas normas sem perdas de potência.
Com a Fireblade atrás das rivais em termos de desempenho e prestígio e com o Euro5 programado para entrar em vigor em 2020, o projeto da Honda realmente começa a fazer sentido. Além disso, já foi especulado na imprensa japonesa que a nova geração teria a cilindrada aumentada para 1100cc, o que já praticado pela Ducati Panigale V4 e outras marcas.