O gerente de projetos da Honda, Yuzuru Ishikawa comentou sobre a novíssima CBR1000RR-R, que começa a chegar aos concessionários internacionais da marca nesse semestre. O japonês afirma que a motocicleta é uma MotoGP adaptada para utilização urbana e uso extremamente esportivo.
Ishikawa concedeu uma entrevista ao site italiano InMoto, onde detalhou muitos aspectos da nova CBR1000RR-R, como o motor. O japonês garante que toda a unidade motriz é nova, não restando nada do quatro cilindros da antiga CBR1000RR.
“Não restou nada do outro motor, nós o projetamos inteiramente do zero. Tudo foi redesenhado: parte térmica, pistões, bielas, distribuição… não resta um parafuso sequer do velho 4 cilindros em linha”, garantiu. “Sua configuração e suas medidas características o tornam adequado para uso extremamente esportivo. Você não o verá em nenhuma outra motocicleta”, avisou.
Os entrevistadores, então relembraram a antiga Honda RC51, que deu o título do Mundial de Superbike à Colin Edwards em 2001, derivada de uma motocicleta de rua, a VTR1000 SP. Ishikawa explicou que o caso da CBR1000RR-R é o extremo oposto.
“A VTR era uma motocicleta de produção, projetada principalmente para andar na rua. Então, a partir dela criamos a RC51, para vencer no WorldSBK. A motocicleta de corrida, portanto, derivou da motocicleta de rua“, explicou. “Com a nova CBR, no entanto, acontece exatamente o oposto: pegamos a RC213V de MotoGP e dela tiramos a tecnologia e os componentes para fazer uma máquina de rua. O fluxo de trabalho foi exatamente o oposto do que aconteceu com o RC51“.
Em seguida, Ishikawa comentou sobre os apêndices aerodinâmicos da CBR1000RR-R, que será a primeira motocicleta de rua da marca a utilizá-los. O japonês confirma que eles podem ser muito benéficos em corridas e até em motos naked.
“Projetamos os apêndices aerodinâmicos com dois objetivos: o primeiro foi reduzir a tendência de wheelie da motocicleta de pista. É uma vantagem muito importante nas corridas, porque aumenta consideravelmente a aceleração. Em segundo lugar, nós os desenvolvemos para colocá-los em outros modelos também”, revela Ishikawa. “A carga adicional, de fato, melhor a sensação na dianteira. Uma naked, por exemplo, pode ser muito beneficiada pelo uso de asas. Elas certamente serão menores do que aquelas usadas na CBR, mas ainda terão sua utilidade”.
Apresentada no Salão de Milão, em novembro do ano passado, a nova CBR1000RR-R ainda não teve a sua chegada anunciada no Brasil, mas seu preço tem se mostrado exorbitante nos Estados Unidos e Europa. O modelo também competirá no Mundial de Superbike com os pilotos Álvaro Bautista e Leon Haslam.