Em doses homeopáticas, a Harley-Davidson vai divulgando os detalhes técnicos da LiveWire, a primeira motocicleta elétrica de sua história, que estará nas concessionárias norte-americanas ainda este ano. Agora, eles apresentaram detalhes do revolucionário carregador ultra rápido e como se dará sua comercialização e assistência.
Assim como já havia feito em janeiro, a Harley-Davidson vai liberando aos poucos as informações da LiveWire para manter o público interessado e, ao mesmo tempo, não assustá-lo com tantas novidades chocantes, literalmente.
Por exemplo, em termos de desempenho puro, a LiveWire não faz feio perto de nenhuma esportiva: aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,0 segundos, retomada de 96 km/h até 128 km/h em somente 1,9 segundo (!!) e uma autonomia cidade/estrada que pode chegar à 141 km se o condutor manter uma velocidade média de 110 km/h.
Apenas 200 concessionárias norte-americanas (cerca de 1/3) receberão a LiveWire nessa fase inicial. A Harley-Davidson elegeu apenas as melhores delas, que também atuarão como estações de recarga. Além da motocicleta, os usuários precisarão se acostumar com o “DC Fast Charging“, um carregador rápido de nível 3, que até então apenas a Energica utilizava.
Esse carregador duplica a voltagem da moto, o que significa carregar com 25kW de potência, em vez dos 6,6 kW dos carregadores de Nível 2. Para se ter uma ideia, a novíssima Zero SR/F só pode carregar a 12 kW quando adiciona o seu carregador opcional de nível 2. Isso significa mais tempo de espera até a moto ficar pronta.
A ideia de utilizar as concessionárias como pontos de recarga é bem simples: como ainda há poucos pontos, mesmo nos Estados Unidos, o proprietário tende a voltar à revendedora com muito mais frequência, gastando o tempo examinando os produtos lá existentes. Estratégia não muito diferente do que a Tesla fez.
O preço anunciado pela LiveWire é de $ 29.799 dólares (R$ 112.640), o que é bastante, mesmo para os padrões norte-americanos. A Zero SR/F, que tende a ser a sua principal rival, será oferecida a US$ 20.995 na versão premium. Entretanto, a roadster não conta com o carregador nível 3, nem os freios e suspensão com a mesma qualidade da Harley-Davidson.
Apesar do (alto) preço, a marca de Milwaukee parece tranquila com a recepção. Eles apostam que a LiveWire será, pelo menos no começo, uma opção de nicho, assim como a Ducati Panigale V4 R, por exemplo. E num cenário hipotético, mesmo que as 200 concessionárias vendam apenas cinco unidades, isso significará 1000 unidades elétricas rodando pelas ruas, apenas no primeiro ano. O futuro começa agora.