De acordo com uma pesquisa independente, o primeiro semestre de 2025 viu a queda de vendas mais acentuada da história da Harley-Davidson. Foi um recuo de mais de 27% e em todos os cantos do mundo.
A pesquisa vem do Motorcycles Data, organização independente que monitora o registro de emplacamentos de veículos de duas rodas em mais de 90 países de acordo com a divisão do ano fiscal e não em “veículos faturados” como a maioria dos dados oficiais fazem.
Apenas 72.938 unidades de motos Harley-Davidson foram entregues à clientes globalmente no primeiro semestre de 2025, uma expressiva queda de -27,7% em relação ao mesmo período de 2024, que também já havia sido difícil.
De acordo com o Motorcycles Data, as vendas caíram -20,7% na América do Norte, -36,0% na Europa, -34,6% na Ásia, -66,3% na Índia e -8,9% na América Latina, que quase sempre reportou lucro em meio à crise. Um desastre nunca antes visto na longa história da empresa.
A própria Harley-Davidson reporta números extremamente negativos para o segundo trimestre de 2025. As remessas globais de motocicletas no Q2 caíram -28% em relação ao ano anterior e a receita outros -23%, principalmente pela redução planejada nas remessas no atacado.
Não por acaso, durante esse semestre eles concluiram a venda de uma fração da Harley-Davidson Serviços Financeiros (HDFS) para duas empresas especializadas. O comitê administrativo também se mostrou em altra fricção e elegeu um novo CEO para o lugar de Jochen Zeitz.
Os motivos da queda são variados, mas a Harley-Davidson vem em espiral descendente desde 2016. O problema se acentuou devido aos efeitos da nova política do presidente dos EUA, que atingiu profundamente o mercado de veículos de duas rodas da América do Norte e Europa.
Extremamente dependente dos mercados mais consolidados e do mais restrito segmento premium, a Harley está sofrendo como nunca para se sobressair nesse momento em que a margem de lucro das empresas foi drasticamente reduzida. Voltaremos no final do ano para ver o resultado final.