A Harley-Davidson continua tentando encontrar seu caminho em um mundo que muda rapidamente. As últimas informações dão conta que a marca de Milwaukee procurou as fabricantes indianas Mahindra, Bajaj Auto e Hero Motor Corp para estabelecer uma nova parceria.
Isso vai de encontro com a possível saída da Harley-Davidson da Índia, relatada na semana passada. As fracas vendas observadas no país podem fazer a montadora abdicar de fabricar as motocicletas em suas instalações em Haryana, oferecendo apenas modelos importados, por enquanto.
De acordo com a imprensa norte-americana, a estratégia da Harley-Davidson seria semelhante a já feita pela BMW com a TVS Motors e pela KTM com a Bajaj Auto, duas das maiores montadoras da Índia. Os europeus entram com o projeto e know-how enquanto os indianos se comprometem com a fabricação a custos mais baixos.
Você deve estar se perguntando: se a Harley-Davidson está com problemas financeiros, por que eles simplesmente não fabricam motos nos EUA para norte-americanos? São dois os problemas. Primeiro: a mão de obra é muito mais cara do que na Ásia. Segundo: seu público-alvo está envelhecido e já não consome como antes. E o pior: não está se renovando como o esperado.
Por anos, o mercado europeu ajudou a Harley-Davidson a equilibrar as contas, mas mesmo essa importante região tive seu lucro líquido seriamente abalado, em parte por causa dos limites de emissões do Euro5 e também pela guerra de tarifas que o presidente Donald Trump causou com a Comunidade Europeia.
A solução, portanto, seria realmente a parceria com uma grande fabricante asiática, capaz de produzir um volume muito maior de motocicletas com mão de obra mais barata. A presença na Índia, atualmente o maior produtor de motos do mundo, e uma maior diversificação da linha é a chave para o sucesso global.
A única questão a ser respondida é o que aconteceria com a parceria já estabelecida com a chinesa Qianjiang, responsável pela produção do modelo 338R, já flagrado praticamente pronto para o lançamento. As duas parcerias iriam coexistir? É o que devemos descobrir nos próximos “capítulos” dessa saga.