Os recentemente acontecimentos na Ucrânia começam a respingar no motociclismo. Ontem (2), a Honda e a Harley-Davidson anunciaram a suspensão de suas exportações e de suas atividades na Rússia.
Desde que Vladimir Putin decidiu invadir a Ucrânia na madrugada de 24 de fevereiro, a Rússia vem sendo sistematicamente “cancelada” em diversos setores por empresas ocidentais, os primeiros efeitos começam a ser sentidos no setor de duas rodas, com a norte-americana Harley-Davidson sendo a primeira a agir.
“À luz da crise na Ucrânia, a Harley-Davidson suspendeu seus negócios na Rússia e todos os embarques de suas motos para o país. Nossos pensamentos continuam pela segurança do povo da Ucrânia e daqueles afetados pela crise“, disse a marca de Milwaukee em seu curto, mas duro comunicado.
A Harley-Davidson tem uma presença bastante grande na Rússia. A empresa não oferece números de vendas por país, mas seu braço na Europa, Oriente Médio e África (que inclui a Rússia) foi responsável por 31% das vendas de motocicletas em 2021 e 36,9% em 2020.
A Honda não fez uma declaração de retirada, mas um porta-voz comunicou a decisão, apenas afirmando que a dificuldade em enviar veículos e fazer pagamentos foi o motivo da suspensão. Vale lembrar que o país foi excluído do sistema online de pagamentos Swift, além dos cartões de crédito, Visa e Mastercard não estarem mais operando.
Apenas no setor de mobilidade, empresas como Mercedes-Benz, BMW, General Motors, Ford, Volvo, Mitsubishi, Mazda, Jaguar, Land Rover e Aston Martin já anunciaram a paralisação de seus negócios com a Rússia. Isso sem citar diversas outras, como Nike, Adidas, Apple, Netflix, Exxon Mobil e Boeing.