As coisas andam tempestuosas dentro do Grupo Pierer Mobility, dono das marcas KTM, Husqvarna, GasGas e parte da MV Agusta. Quatro de seis executivos do conselho administrativo foram demitidos, inclusive o neto do fundador da KTM.
Estamos falando de Hubert Trunkenpolz, neto de Hans Trunkenpolz, ou seja, o “T” da sigla. Hubert estava no conselho executivo desde 2018 e no ano passado foi nomeado presidente do conselho, atuando ainda como membro do conselho de supervisão da Shanghai Moto Co na China.
O motivo da redução de dois terços no tamanho forams as surpreendentes dificuldades financeiras do Pierer Mobility Group registradas esse ano. O comunicado do grupo cita o alto custo de vida nos Estados Unidos e a recessão na Alemanha como algumas das causas.
Houve uma queda de 6,3% nos EUA no período de janeiro a setembro de 2024. Setembro foi seu pior mês, com um declínio alarmante de 14,3%. O cenário europeu não é tão preocupante, em um nível semelhante ao do ano passado, mas também mostram uma desaceleração no momento.
“A economia europeia está estagnada, com o importante mercado alemão em particular em recessão”, disseram. “Nos EUA, o poder de compra do consumidor continua baixo devido ao alto custo de vida e ao longo período de crédito caro ao consumidor.”
“Como resultado dessas circunstâncias, a Pierer Mobility ficará aquém das expectativas em termos de receita e lucros, bem como no que diz respeito à redução do capital de giro e da dívida líquida no atual ano fiscal, e está revogando sua orientação para o ano fiscal de 2024″, que é uma maneira elegante de dizer que a meta de lucro desse ano não será atingida.
O fundador Stefan Pierer e o Co-CEO Gottfried Neumeister foram os únicos membros do Conselho Administrativo mantidos. Os outros três membros que perderão seus cargos executivos são Alex Pierer, Florian Kecht e Rudolf Wiesbeck.
Isso significa que os planos do grupo de se instaurar definitivamente no Brasil também podem ser interrompidos. Em abril foi descoberto um documento que revelava as intenções dos austríacos em montar uma fábrica em Manaus. Até hoje, KTM só chegou ao país através de importadores independentes ou parcerias com fábricas locais.