Os organizadores do GP de Portugal anunciaram hoje (1º) que a etapa da MotoGP, em 22 de novembro não terá mais a presença de público, como originalmente previsto. O motivo é o aumento alarmante da Covid-19 na Europa.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, Portugal ultrapassou a marca de 3.000 infectados em 24 horas, o dobro da primeira onda, entre março e abril. Com 84% dos seus leitos hospitalares ocupados, e 81% das UTIs saturadas, o governo português estabeleceu um novo confinamento a partir dessa semana e ordenou o “dever cívico” de permanecer em casa.
“O promotor já foi informado que o GP de motos vai decorrer sem audiência. Não podemos mais correr riscos, por isso não será permitido“, disse o primeiro ministro Antônio Costa no sábado, em conferência de imprensa extraordinária do Conselho de Ministros. Países como, Espanha, França, Reino Unido e Itália preparam novos períodos de confinamento.
A decisão foi tomada menos de uma semana após a Fórmula 1 correr no Autódromo Internacional do Algarve em frente à arquibancadas repletas de espectadores, o que foi muito criticado. Apesar da capacidade ter sido reduzida de 50 mil para apenas 27.500, as autoridades sanitárias de Portugal denunciaram, entre outras coisas, que o publico não seguiu as regras de distânciamento social.
“O que aconteceu no Grande Prêmio de Fórmula 1 no fim de semana passado é absolutamente inaceitável e irrepetível. Já dissemos aos organizadores que a corrida de MotoGP não terá público porque foi revelada a nossa incapacidade de organizar eventos desta dimensão com espectadores“, admitiu Antônio Costa.
“A evolução da pandemia assinala que todos os acontecimentos atuais e do futuro serão avaliados continuamente e que iremos tomar as melhores decisões com base na evolução da pandemia e no que se passa nos dias de hoje“, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serra sobre a presença da MotoGP em Portugal. Isso sugere que a realização da etapa pode não acontecer, se a situação piorar.
Incluída no calendário no início de agosto, quando a pandemia estava em declínio na Europa, a etapa portuguesa é a primeira da MotoGP no circuito de Portimão e no país desde 2012. A Dorna, entidade que promove e regulamenta a categoria, está confiante de que a corrida vá ser realizada.
“Estamos preocupados, mas não agora, desde o início do campeonato. Em princípio, nenhuma das regras nos impede de nos movermos, porque estamos incluídos nas leis dos trabalhadores do esporte“, disse o CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta.