Apesar da demora, parece que não vai levar muito mais tempo para vermos as primeiras Harley-Davidson de fabricação chinesa no mercado. Dois modelos apareceram praticamente prontos e até já receberam permissão oficial do governo local para começar as vendas.
Desde 2019 sabe-se que a Harley-Davidson estabeleceu uma joint-venture com a Qianjiang (QJ Motor para os ocidentais), uma das maiores fabricantes automotores da China, proprietária de várias marcas, inclusive da Benelli. Mas desde então, nada de apresentação oficial.
Embora a Harley-Davidson sempre tenha insistido que a parceria continuava de pé, a situação parece ter realmente começado a andar esse mês. A nova empresa, chamada oficialmente de “Zhejiang Jisheng Motor Vehicle Co. Ltd recebeu a licença oficial para produzir motocicletas.
Com essa permissão em mãos, agora existem poucas barreiras para que o projeto caminhe rapidamente ao consumidor final e o próximo passo já foi dado: a homologação definitiva de dois modelos, chamados internamente de HD350 e HD500.
A menor das motos é mais familiar, pois se assemelha ao esboço chamado de “338R” mostrado pela primeira vez em 2020, baseado na Benelli 302S e QJMotor SRK350. Desde então, a Qianjiang parece ter introduzido uma versão maior, de 353 cm³ que rende 36 cv.
Além da potência, alguns outros dados foram revelados como o peso: 195 kg líquidos. Realmente bem pesada para a cilindrada e até em comparação com suas irmãs italianas e chinesas. Por exemplo, a QJMotor SRK350, mecanicamente idêntica, pesa 176 kg.
Há também um modelo maior, a HD500, assim chamada porque compartilha a mesma plataforma da Benelli Leoncino 500, movida por um motor bicilíndrico paralelo que desenvolve 47 cv. Seu peso é naturalmente um pouco maior, mas não muito: 207 kg líquidos.
A HD500 parece ter o mesmo chassi, rodas, freios e suspensão da Leoncino 500, com pinças radiais de quatro pistões e garfos invertidos. Com essa origem, o aspecto da motocicleta é muito mais de uma roadster esportiva do que de uma custom em miniatura.
A principal intenção dessas duas motos é dar acesso à marca Harley-Davidson nos mercados asiáticos, onde os modelos “plus size” da marca estão muito além dos bolsos dos consumidores. Além disso, motos de pequena cilindrada costumam ter vantagens em termos de impostos, licenças e seguro.
A fabricação chinesa também ajudará a manter os preços baixos, evitando alíquotas de importação e custos de envio em todo o mercado asiático. Resta saber quando é o lançamento – e se o público alvo, sempre orgulhoso de ostentar a origem norte-americana da Harley, vai aceitar o produto.