A Bimota, uma das mais famosas e reconhecidas marcas italianas, fechou as portas de sua fábrica em Via Lea Giaccaglia, nos arredores de Rimini. As causas ainda são desconhecidas.
De acordo com fontes italianas, a placa com o nome da empresa foi retirada, as instalações estão vazias e as peças sobressalentes levadas para uma loja perto de Lugano, na Suíça, onde vivem seus atuais proprietários, Daniele Longoni e Marco Chiancianesi. Não há notícias se a produção será retomada, ou se novos modelos estão sendo planejados.
Fundada em 1973, com as letras iniciais de seus fundadores, Valerio Bianchi, Giuseppe Morri e Massimo Tamburini, a Bimota foi concebida para ser a expressão máxima em criatividade, desempenho e tecnologia sobre duas rodas.
Como sempre foi pequena, a Bimota se concentrava na construção de motocicletas de alta qualidade em torno de motores existentes. No início, eles customizavam os melhores modelos da Suzuki, Honda e Kawasaki. Também trabalharam em cooperação com a Lamborghini no final dos anos 1970.
Os modelos mais famosos, no entanto, utilizam motorização Ducati, como a DB5 e a famosa Tesi, com seu revolucionário sistema de suspensão, batizado de “Hub Center Steering”. Concebida para uma tese de mestrado (por isso seu nome) ainda nos anos 1980, a motocicleta é, talvez, o modelo mais lembrado da Bimota.
Durante os anos 90, a Bimota tentou crescer e fabricar os seus próprios motores. O grande salto foi feito com a “Vdue” em 1997, uma motocicleta de 500cc, dois tempos com injeção eletrônica. O modelo, no entanto, sofria de problemas crônicos e surgiu na época errada, de declínio dessa motorização, sendo um grande fracasso de vendas.
Outro grande baque para a Bimota foram as brigas entre seus fundadores. Após diferenças irreconciliáveis, Giuseppe Morri expulsou Massimo Tamburini da empresa, criador de modelos lendários como a Ducati 916. A marca foi à bancarrota em 2001, antes de Roberto Comini, um gigante da indústria farmacêutica, dar-lhe uma nova vida em 2003.
Em 2013, Comini vendeu a marca para Marco Chiancianesi e Daniele Longoni. Nos últimos anos, a Bimota perdeu terreno e importância no mercado motociclistico. A marca vinha sobrevivendo apenas das vendas de peças sobressalentes, em especial a BB3, que já eram montadas na Suíça.