Um estudo realizado pela IAM RoadSmart aponta que as distrações provocadas pelos sistemas de infotainment dos carros são ainda mais perigosas do que o álcool ou a maconha. Os motoristas tiram os olhos da estrada por mais de 16 segundos e a distância de parada aumenta entre quatro e cinco metros.
Fundada em 1956, a IAM RoadSmart é uma instituição britânica com quase 90 mil membros e que atende nove países. O objetivo é melhorar os padrões de direção e condução de motocicletas e, consequentemente a segurança nas estradas utilizando os padrões de trânsito da ilha.
No estudo, os motoristas percorreram uma série voltas usando o Android Auto e o Apple CarPlay. Na primeira volta, eles não interagiram com o sistema. Na seguinte interagiram com o sistema usando apenas o comando de voz. Em seguida, utilizaram apenas o controle por toque (touchscreen).
Os resultados mostram que os motoristas não conseguiram manter uma distância constante do veículo à frente, reagiram mais lentamente às ocorrências repentinas na estrada e sairam de suas faixas. O touchscreen foi o mais “distrativo” dos dois métodos de interação, embora o uso de comandos de voz também tenha provocado distração em algum nível.
O mais preocupante, no entanto, é a constatação de que o uso do sistema touchscreen significou que os tempos de reação dos motoristas ficaram ainda mais lentos do que alguém que usava maconha e cinco vezes pior do que quem dirigia no limite legal de consumo de álcool.
As distâncias das paradas nas rodovias aumentaram entre quatro e cinco metros e os motoristas tiraram os olhos da estrada por 16 segundos enquanto dirigiam (equivalente a uma distância de 500 metros a 110 km/h), enquanto usavam os sistemas touchscreen, resultados ainda piores do que digitar mensagens de texto ao volante.
“Estima-se que a distração do motorista seja um fator em cerca de um terço de todas as colisões de estradas na Europa a cada ano“, disse Neil Greig, diretor da IAM RoadSmart. “Qualquer coisa que distraia os olhos ou a mente de um motorista na estrada é uma má notícia para a segurança rodoviária“, avisa.
“A maioria dos participantes do estudo relata que usam mais touchscreen do que o comando de voz enquanto dirigem. Como os resultados demostram claramente, isso é o mais perturbador. Portanto, se houver a necessidade de usar os sistemas em movimento, o comando de voz é um método muito mais seguro“, acrescentou.
Com os resultados em mãos, agora o objetivo é conscientizar os fabricantes: “Agora, pediremos à indústria e ao governo que testem e aprovem abertamente esses sistemas e desenvolvam padrões consistentes que realmente ajudem a minimizar a distração ao motorista”, enfatizou. Espero que não leve muito tempo.