Você já deve ter visto motos experimentais com motores enormes de carro, feitas por engenheiros malucos. Com a PGM V8, no entanto, o caso é diferente. Além de possuir uma ótima aparência naked, é possível rodar legalmente com ela, pelo menos em estradas australianas…
Em uma época em que as grandes montadoras ajustam suas mecânicas para as mais rigorosas normas ambientais ou investem em turbocompressores para reduzir as emissões de poluentes, esse grupo de australianos não quis nem saber e tratou de enfiar um imenso motor V8 no intestino dessa moto.
Trata-se de um oito cilindros em V, inclinados à 90º, com 1.996 cm³. A potência? Estúpidos 334 cavalos a 12.800 rpm e nada menos do que 21,82 “quilos” de torque, à 9.500 rpm. Tem mais do que a badalada Kawasaki H2R. Mais, inclusive, do que uma MotoGP!
Para conseguir colocar essa monstruosidade entre as duas rodas tornando a moto “utilizável” e não apenas um mero objeto de exibição, a equipe da PGM tentou minimizar o peso em outras áreas, por exemplo, com uma carenagem de fibra de carbono e componentes do motor com peças de alumínio.
É claro que controlar 334 cv não é possível para um ser humano, não um normal, pelo menos. Por isso, a PGM V8 vem equipada com uma poderosa centralina eletrônica Motec E130, que ajusta os parâmetros do motor através de comandos, tornando-o mais sociável. O enorme radiador curvado também ajuda a esfriar os ânimos dessa naked.
A ciclística é de superbike, assim como todos os componentes de alta qualidade. O quadro é de treliça tubular em cromo molibdênio e alumínio. Os garfos dianteiros são da Öhlins, de 48 milímetros, invertidos e totalmente reguláveis. Os traseiros também são da marca sueca, modelo TTX de segunda geração.
Para grudar a moto no asfalto, rodas Marchesini de alumínio com 17 polegadas de diâmetro, calçadas em pneus Michelin Pilot Power 3 (de 190 polegadas na traseira). A frenagem fica garantida com dois discos Brembo GP4 de 320 mm na dianteira. O escapamento é composto de um “4-2-1” de dupla saída, da Akraprovic. A “música” emitida lembra os Fórmula 1 da década de 70. Dê só uma ouvida nos vídeos recomendados da coluna direita do site.
Apesar de todo o esforço, a moto ainda ficou um pouco comprida, com 1m54 só de entre-eixos. O peso, no entanto, ficou bem reduzido, “apenas” 242 kg, o que é realmente pouco considerando o V8 que carrega. Em experimentos por aí, essas motos costumam passar dos 500 kg. Ainda assim, não é exatamente o que chamaríamos de modelo ideal para rodar no perímetro urbano.
Certo, mas e o preço? $ 228.000 dólares australianos, o que dá mais ou menos R$ 550.000 reais, isso sem impostos. Não espere importações dessa fera, de modo que se quiser ter uma, o fará por sua conta e risco, a mesma coragem necessária para pilotá-la… Principalmente em longas retas!