Quando a Ducati optou por não revelar a sua nova Desmosedici GP17 na apresentação da semana passada havia um bom motivo. A nova motocicleta carrega consigo uma interessante inovação que pode fazer a diferença na temporada 2017.
O mistério cerca o sistema de escapamento. Nos testes que estão acontecendo hoje (26) em Sepang, o novo modelo possui uma diferente caixa sobre a rabeta com fios aparentes. Já a ponteira, que sempre foi ali posicionada está deslocada para o lado direito.
De acordo com o site britânico Bennetts, o que a Ducati desenvolveu foi um escapamento com geometria variável, ou seja, que altera a forma como os gases são expelidos para trás, em uma tentativa de aumentar ou diminuir a potência e a velocidade conforme o necessário.
O escapamento possui uma espécie de “conjunto de pétalas” que se abrem e fecham na saída dos gases. Quanto mais fechado, uma maior pressão é criada, empurrando melhor a GP17 nas retas. Nas curvas, o sistema se abre reduzindo a força extra e as empinadas indesejadas.
O princípio básico é muito simples, na verdade. É como quando você cerra os lábios para assoprar uma vela, ou aperta uma mangueira para aumentar a pressão da água. O espaço reduzido aumenta a pressão do ar. No fundo, trata-se de uma forma mecânica de minimizar a perda das asas, proibidas em 2017.
A aviação utiliza esse sistema o tempo todo em suas turbinas a jato e segundo o prestigiado jornalista David Emmett, o que a Ducati fez é uma variação do sistema “EXUP” da Yamaha, muito popular nas superbikes dos anos 80 e 90, quando uma válvula dentro do escapamento que se abria e fechava.
A Ducati tem sido muito cuidadosa com o que divulga sobre o escapamento. Questionado sobre a função da caixa na rabeta, o piloto de testes Michele Pirro brincou dizendo que servia para guardar “uma salada, um cachorro-quente e uma coca-cola” em caso de fome. Maiores informações devem aparecer até os testes coletivos na próxima semana.