O empresário de Joan Mir, Paco Sánchez disse que eles não estão negociando com nenhuma outra equipe além da Honda para 2023. Se o acordo não der certo, o espanhol não descarta tirar um ano sabático.
Em uma entrevista concedida ao canal de YouTube TR MotoGP, Sánchez comentou sobre o mercado atual, completamente impactado pela súbita decisão da Suzuki de deixar a MotoGP: “Este ano está a ser estranho. Nos últimos anos, o mercado foi fechado de forma muito rápida e prematura. Alguns pilotos assinaram um ano antes do final da temporada. Este ano nos encontramos com uma situação diferente motivada pelo susto da Suzuki. É algo que não esperávamos e que revolucionou o mercado.“
A saída da Suzuki no final desta temporada gerou algumas situações tensas dentro da equipe: “Quando a notícia chegou, tudo se transformou em desastre. A moto não anda, os técnicos procuram um futuro apesar de dizerem que vão todos juntos… não estão a 100%“, revelou Sánchez. “Davide Brivio sabia gerir muito bem vontades e egos, fazendo desta equipe uma grande família. Mas isso se perdeu e não é mais uma família”, acredita.
Joan Mir vem sendo veiculado à Honda antes mesmo de a Suzuki anunciar sua saída. No entanto, nos últimos meses a conversa parece ter esfriado. Falam que Miguel Oliveira e até Pedro Acosta, da Moto2, estariam sendo cogitados. Mas Sánchez garante que está tranquilo com a situação.
“Não estou nas reuniões da Honda nem sei o que pensam“, comentou Sánchez. “Acosta não vai ser um problema, ele sabe que tem que ficar na Moto2 e não está pronto para a MotoGP. Acho precipitado colocar esse fardo no Pedro em uma equipe com essa crise. Joan não tem medo de nada, se tivesse ele ficaria em casa“, acrescentou. “Ele conhece as dificuldades e neste momento a Honda é a única equipe que temos. Se ele não competir na Honda, Joan vai para casa, não há plano B”, revelou.
Sanchez também gerencia a carreira de Remy Gardner e tem sido o centro de polêmicas nos últimos meses. Uma conversa que não deveria ter sido gravada sobre as condições contratuais oferecidas pela KTM foi mal interpretada e gerou um grande mal entendido com a marca austríaca. O diretor da equipe, Pit Beirer o chamou de “uma praga maior que a covid”, recentemente.
“Perguntaram porque não falamos com a Ducati ou KTM para assinarem com Mir e eu disse que não fomos porque com o ‘contrato de merda’ deles Joan preferia ficar em casa. A frase foi mal interpretada com alguma má intenção numa conversa informal e não numa entrevista“, explicou Sanchez. “Joan e Remy são pilotos diferentes, Joan está na MotoGP há três anos nas primeiras posições, Remy é um novato, ele tem que mostrar que se adapta e pode ter sucesso.”