Lembram-se daqueles protótipos Royal Enfield flagrados em agosto? Eles também deram às caras essa semana no Salão de Milão, com os nomes de “Continental GT” e “Interceptor”, ambos com motor de 650cc.
Os modelos já rodavam sem disfarces a algum tempo e suas versões finais não diferem muito do que esperávamos. Apenas o motor, que inicialmente imaginávamos ser de 750cc, na verdade é um bicilíndrico gêmeo de 648 cm³, mas totalmente novo.
De acordo com o chefe-executivo da Royal Enfield, Siddhartha Lal, o projeto levou quase 10 anos para ficar pronto e nasceu com um motor de 600cc, mais tarde aumentado para 650cc, “porque queríamos algo mais potente com essas motos”, disse no evento.
Esse motor possui uma árvore de manivelas totalmente forjada, com uma ordem de disparo de 270º, o que garante um ronco e comportamento próximo de um V-twin. A potência gira em torno dos 50 cv com um torque de 5.25 kgf.m. O câmbio é de seis marchas.
O quadro também é novo, em berço duplo de aço para ambos os modelos. As rodas montam aros de 18 polegadas, com discos de 320 mm na dianteira e 240 mm na traseira. O ABS é de série. Apesar de possuírem o mesmo conjunto mecânico, o peso difere: 198 kg na Continental GT e 202 kg na Interceptor.
Ok, mas quais são as diferenças entre as duas? A Continental GT é uma Café Racer, enquanto a Interceptor é mais contida, praticamente uma emulação perfeita de uma motocicleta britânica dos anos 60. Enquanto a primeira possui uma posição de pilotagem, mais esportiva, a segunda é mais relaxada graças ao guidão alto e largo.
Com alma britânica e mão de obra indiana, a Royal Enfield está voltando a ter relevância no cenário motociclístico após muitos anos de ausência. Em Milão, eles também anunciaram o lançamento de um novo centro de desenvolvimento de produtos, no Reino Unido.
O objetivo é bem claro: roubar alguns adeptos da Triumph Bonneville, oferecendo um produto de relevância histórica semelhante, talvez até mais. Ambas as motos estarão disponíveis nas concessionárias europeias em abril de 2018. Recém-instalada no Brasil, é possível que também desembarquem por aqui no final do ano que vem.