Mais problemas para a Harley-Davidson. Legisladores da União Europeia (UE) propuseram uma tarifa comercial de 56% sobre as motocicletas importadas para o continente dos Estados Unidos e também da Tailândia. A marca de Milwaukee pretende recorrer.
É o resultado de uma guerra tarifária que começou em 2018 durante a gestão do presidente Donald Trump, que subitamente decidiu aumentar a alíquota do aço e do alumínio. Como retaliação, a UE elevou os impostos de produtos norte-americanos de 25% para 31%.
Para piorar as coisas, a UE já disse que as motocicletas Harley-Davidson montadas na fábrica da Tailândia também chegarão à Europa como “mercadoria dos Estados Unidos” e, portanto, igualmente sujeita à tributação prevista para entrar em vigor em 1º de junho deste ano.
“Esta é uma situação sem precedentes e ressalta o dano muito real de uma escalada da guerra comercial para nossos acionistas em ambos os lados do Atlântico. O impacto potencial desta decisão em nossas operações de fabricação e capacidade geral de competir na Europa é significativo“, disse o CEO da Harley-Davidson, Jochen Zeitz.
“A imposição de uma tarifa de importação em todas as motocicletas Harley-Davidson vai contra todas as noções de livre comércio e, se implementadas, essas tarifas aumentadas representarão uma desvantagem competitiva direcionada para nossos produtos, em relação aos de nossos concorrentes europeus“, finalizou o empresário responsável pela reestruturação da marca, que acumula perdas significativas nos últimos anos, especialmente em 2020.
A mudança não poderia vir em pior hora para a Harley-Davidson. A fabricante está se preparando para apresentar a novíssima Pan America 1250 no Reino Unido no próximo mês. Ainda não se sabe o preço que terão na Europa, mas nos EUA os valores anunciados giram em torno dos US$ 17.000, cerca de € 14.000 (R$ 93 mil). Agora acrescente 56%…