Lucas Carioli
Outra novidade interessante da Honda no Salão de Milão é a CL500, uma retrô média que utiliza o mesmo motor da linha CB500 e busca o mesmo público da Ducati Scrambler custando muito menos.
Assim como aconteceu com a Ducati, pioneira no renascimento do estilo, a Honda se inspirou no seu próprio passado para conceber a CL500, no caso, a linha CL dos anos 1970. O apelo retrô jovem é destacado por suas quatro cores vibrantes, laranja, verde, azul e preto.
O velho conhecido motor bicilíndrico de 471 cm³ rende os mesmos 50,2 cv e torque de 4,54 kgf.m de sempre, mas recebeu uma injeção de combustível revisada, um novo sistema de admissão e uma nova configuração de escapamento para se adequar ao Euro5.
O rearranjo do escapamento de saída dupla é anunciado como oferecendo “uma trilha sonora mais pesada e de baixa frequência” do que a Honda Rebel 500, a versão custom da família. A coroa tem um dente a mais, 41 no total, para acelerações mais animadas.
O quadro é o mesmo da Rebel, embora o guidão mais baixo e as pedaleiras recuadas tornem a sensação bem diferente. A moto é suspensa por garfos convencionais de 41 mm e amortecedores duplos ajustáveis na pré-carga. As rodas são de 19 e 17 polegadas, com pneus Dunlop Mixtour.
Para parar, disco dianteiro de 310 mm mordido por pinça de pistão duplo e outro de 240 mm na traseira com pinça simples. O ABS é padrão. A altura do assento de 790 mm é um convite a motoqueiros de todos os tamanhos. O peso em ordem de marcha de apenas 192 kg também é atrativo.
A Ducati Scrambler inaugurou o segmento em 2014 e precisou aprender a dividi-lo. Com a CL500, a Honda chega atrasada, mas oferece uma opção interessantíssima àqueles que buscam algo retrô moderno sem gastar uma fortuna, embora os preços não tenham sido revelados.
No Brasil, a linha CB500 vende muito bem, mas apenas na versão naked e crossover. A esportiva CBR já ficava para trás e foi descontinuada. Por isso é difícil imaginar a CL500 no Brasil, onde a onda scrambler também não pegou como na Europa. Mas a Honda às vezes nos surpreende…
