A Ducati vive o seu melhor momento na MotoGP, mas nos bastidores, a fabricante italiana vem sofrendo um verdadeiro êxodo de seus brilhantes técnicos e engenheiros nos últimos anos. Veja a lista.
Depois de passar mais de uma década perseguindo o segundo título mundial, a Ducati fez inúmeras mudanças internas até colocar as pessoas certas nos lugares certos. O resultado é a melhor equipe técnica da MotoGP, que desde 2021 faz todas as concorrentes comerem poeira.
Mas as outras equipes não ficaram inertes e, de olho nessa constelação promissora, começaram a cortejar as figuras chave por trás desse sucesso. O jornalista Manuel Pecino fez um levantamento dos membros que Aprilia, KTM, Yamaha e até Honda pescaram no lago Borgo Panigale.
Aprilia
Cristina Toteri: Soldadora especializada em alumínio, a italiana trabalha com chassis e braços oscilantes e, no final de 2022, trocou a fábrica de Borgo Panigale pelas instalações da Aprilia, em Noale.
Manuel Cazeaux: Engenheiro eletrônico, um dos pioneiros nesta área, trabalhou ao lado de Gigi Dall’Igna apenas por um ano e depois se juntou a Suzuki, então liderada por Davide Brivio. Desde o ano passado, exerce a função de chefe de equipe de Maverick Viñales.
KTM
Fabiano Sterlacchini: Engenheiro, era considerado o braço direito de Dall’Igna e trabalhou nos quatro departamentos da Ducati Corse: motor, chassi, eletrônica e aerodinâmica. Conhece todos os segredos da Ducati. Agora é o líder do projeto de MotoGP da KTM.
Francesco Guidotti: Atuava como gerente da equipe Pramac Racing, equipe satélite da Ducati, e desde 2022 exerce a mesma função na equipe de fábrica da KTM.
Alberto Giribuola: Chefe de equipe de longa data de Andrea Dovizioso e depois de Enea Bastianini. Ingressou na KTM no final de 2022, onde foi contratado como engenheiro de desempenho.
Cristhian Pupulin: O engenheiro trabalhou como chefe de equipe, primeiro na Pramac e depois na equipe de fábrica da Ducati ao lado de Jack Miller e veio com o australiano para a KTM no início do ano passado.
Honda
Filippo Tosi: Engenheiro eletrônico oriundo da Magneti Marelli, é considerado um prodígio na área. A Honda garantiu seus serviços para resolver os problemas significativos enfrentados pela HRC após a introdução da ECU padrão.
Yamaha
Massimo Bartolini: Engenheiro de desempenho de veículos, é considerado o maior especialista em pneus do paddock. Segundo Pecino, ele é o “desertor” que mais machuca Dall’Igna. Até os pilotos não escondem que a saída de Bartolini foi uma amarga perda.
Marco Nicotra: Engenheiro de aerodinâmica, era responsável pelo desenvolvimento aerodinâmico das Desmosedici de MotoGP. Mudou-se para a Yamaha em outubro de 2023 para aprimorar essa parte da M1 considerada por Fabio Quartararo muito atrasada em relação à concorrência.
O que está por trás dessa debandada de engenheiros? Falta de reconhecimento, diferenças interpessoais, oportunidades de progressão na carreira, razões familiares são os motivos mais comuns. Uma coisa é certa: aspectos financeiros não estão entre os principais.
Essa também não é a primeira vez que isso acontece. No início dos anos 2000, os engenheiros da Honda eram cobiçados pelas demais. Em seguida, foi a vez da Yamaha, que montou uma estrutura fantástica para Valentino Rossi e Jorge Lorenzo brilharem. Muitos acabaram em equipes rivais.
Ao longo da história, uma fabricante sempre se sobressaiu sobre as demais. São raros os momentos de verdadeiro equilíbrio. O momento é da Ducati. Mas, por quanto tempo mais? As outras equipes estão fazendo de tudo para assumir a posição. Em quem você aposta?