A Ducati tem, mais uma vez, o futuro ameaçado. O Presidente Executivo do Grupo Volkswagen, Herbert Diess disse que a empresa fará mudanças importantes para se manter relevante na era dos veículos elétricos, o que pode significar a venda de algumas marcas do seu portfólio.
Segundo Diess, que discursou aos acionistas da empresa em uma assembleia geral virtual na quarta-feira passada, o Grupo Volkswagen precisa afastar sua imagem dos motores a combustão e passar a ser conhecida pelo o que ele chamou de “dispositivos de mobilidade”.
“A Volkswagen precisa mudar: de uma coleção de marcas valiosas e produtos fascinantes com motores de combustão que emocionam os clientes com uma engenharia excelente – para uma empresa digital que opera milhões de dispositivos de mobilidade de forma confiável em todo o mundo”, disse Diess.
“Os veículos precisam ficar em contato com os clientes, oferecer novos serviços e funções de conforto semanal ou mesmo diariamente. Tomaremos outras medidas importantes para definir o curso para isso no resto de 2020”, adicionou. Vale lembrar que o Grupo Volkswagen foi responsável pelo escândalo “Dieselgate” em 2015.
De acordo com a agência Reuters, que entrou em contato com os principais executivos, a empresa está revisando o papel que suas marcas de alto desempenho, Lamborghini, Bugatti e Ducati irão desempenhar enquanto a empresa se concentra cada vez mais em veículos elétricos, digitais e autônomos.
Isso não significa necessariamente a venda da Ducati. O conglomerado, que também possui Audi, Porsche, Seat e Skoda, está avaliando se tem recursos para acelerar o desenvolvimento de plataformas elétricas para marcas menores, em um momento em que está investindo bilhões para transformar seus carros mais convencionais.
“Não vai demorar muito até que vejamos uma Ducati elétrica”, disse Markus Duesmann, que supervisiona a pesquisa e o desenvolvimento do grupo. “Avanços estão sendo feitos na tecnologia de baterias que podem tornar isso possível“, acrescentou.