O diretor esportivo da Ducati Corse, Paolo Ciabatti disse que Jorge Lorenzo assinou contrato com a Honda antes mesmo de eles decidirem não renovar o seu contrato para essa temporada. O dirigente, no entanto afirma que se fosse hoje teria insistido mais na sua permanência.
Através do astronômico salário de 12 milhões de euros por temporada, chegou à Ducati em 2017 com a missão de ser campeão nas máquinas vermelhas. No entanto, o seu começo foi muito difícil, fator que pesou ao decidiram não renovar o seu contrato, conforme confessou Ciabatti.
“Com Jorge, o problema foi que ele levou uma temporada e meia para ser competitivo. Como se sabe, contratá-lo foi um investimento muito importante. E para avaliar o desempenho de um piloto, você sempre tem que avaliar os resultados que está obtendo, considerando seu custo. Isso é lógico, certo?“, disse o italiano em entrevista ao Motorlunews. “Nós contratamos Jorge para ser campeão mundial ou pelo menos tentar lutar por ele no primeiro ano, mas as coisas foram como foram. No segundo ano, as coisas começaram como começaram e isso gerou uma situação difícil.”
Ciabatti afirma que eles tomaram a decisão de não renovar o contrato após o Grande Prêmio da França do ano passado, uma corrida em que Lorenzo chegou apenas em sétimo, a 10 segundos do vencedor Marc Márquez enquanto que seu futuro substituto, Danilo Petrucci ficou em segundo.
“Depois da França, já estava bastante decidido que não era positivo para ele ou para nós continuarmos nessa linha. Jorge decidiu assinar com a Honda antes de lhe contarmos a nossa decisão, porque achava que não tinha chance de seguir a Ducati. Por esta razão, ele assinou com a Honda”, revela Ciabatti. “Mas também é verdade que conversávamos com Petrucci há algumas semanas. Não era um segredo porque éramos muito claros com o empresário de Jorge, dizendo-lhe que íamos esperar, mas se continuasse assim, não havia possibilidade de continuar”.
Ironicamente, Lorenzo venceria sua primeira corrida pela Ducati logo na etapa seguinte, o Grande Prêmio da Itália, em Mugello. Para completar, outra vitória na Catalunha, duas semanas mais tarde. Situação que fez Ciabatti se arrepender da escolha.
“Se agora você me perguntar: Você teria tomado uma decisão diferente depois de Mugello e Barcelona depois de vencer duas corridas? Eu serei totalmente honesto: claro!”, garante o diretor da Ducati. “Mas há momentos em que você precisa tomar uma decisão e aceitá-la. Naquele momento o que aconteceu foi o que aconteceu”.