A Ducati apresentou essa semana, um novo motor V-Twin de 890cc que vai substituir o Superquadro anterior, em evolução continua há 30 anos. O novo dois cilindros alegadamente é o mais leve que eles já produziram.
Originado nas pistas, o motor Superquadro anterior impulsionou modelos como a 748, 749, 848 , 899, 959 e a atual Panigale V2. Já o novo parte de um princípio totalmente diferente, pensado e desenvolvido para as ruas, com a economia e a leveza em primeiro lugar ao invés do desempenho.
Trata-se de um V2 a 90 graus, o que determina um equilíbrio natural das forças de primeira ordem, sem a necessidade de utilização de contraeixos para eliminar vibrações. Os cilindros giram para trás, com um ângulo de 20° entre o cilindro horizontal e o plano relativo, para otimizar a distribuição do peso.
O diâmetro e curso de 96 mm x 61,5 mm representam uma escolha intermediária em relação aos motores Testastretta e Superquadro, e permite que o motor entregue valores de potência máxima superiores ao primeiro, com uma curva de torque mais favorável para uso em estrada que o segundo.
A cambota e o volante do motor são reforçados para enfrentar até as aventuras mais exigentes e oferecem uma resposta mais suave em uma condução descontraída. O aumento resultante no momento de inércia, igual a 12%, determina maior suavidade de operação em baixas velocidades.
Graças ao sistema de válvulas variáveis conhecido como IVT (Intake Variable Timing), o novo motor vai produzir 120 cv ou 115 cv a 10.750 rpm e 93,3 Nm ou 92,1 Nm a 8.250 rpm, uma resposta rápida e saborosa do acelerador em toda a faixa de rotação e um desempenho esportivo em alta.
Isso ocorre porque o sistema IVT varia continuamente o tempo de controle da válvula de admissão em um arco de 52°, graças à adoção de um variador de fase aplicado na extremidade do eixo de comando. Desta forma é possível definir o melhor crossover com base na rotação do motor e na abertura do acelerador.
Na prática, isso significa que mais de 70% do torque máximo já está disponível às 3.000 rpm, e entre 3.500 e 11.000 rpm o valor do torque nunca cai abaixo de 80%. A relação de transmissão, nesta versão, é caracterizada por uma primeira e segundas marchas mais curtas para melhorar a aceleração em subidas íngremes, especialmente em condições de carga total.
“Este não é um motor de superbike, mas algo diferente que foi construído para ser divertido na estrada”, disse Gianluca Zattoni, Chefe de Gerenciamento de Motores da Ducati. “Nós nos concentramos em fazer um motor, compacto e suave, com bons números de consumo de combustível e emissão. Por causa disso, nenhuma peça foi transferida do modelo anterior.”
Os balancins de abertura das válvulas de admissão são tratados com revestimento DLC, como a Desmosedici de MotoGP. A lubrificação por cárter semi-seco com bomba de distribuição e bomba de recuperação e a embreagem é do tipo multidisco em banho de óleo.
Na ponta do lápis, o novo motor pesa 54,4 kg, ou seja 9 kg a menos que o Superquadro 955 anterior, 5,89 kg a menos que o Testastretta Evoluzione e 5,82 kg a menos que o Desmodue da Ducati Scrambler. A troca de óleo foi fixada em 15.000 km e o ajuste da folga das válvulas definido em 30.000 km.
Embora não tenha havido confirmação oficial o novo V2 está pronto para equipar uma ampla gama de modelos abaixo de 1000cc, embora com ajustes entre elas para alterar seu caráter. Isso significa que o veremos nos modelos Mutlistrada V2, DesertX, Monster, Scrambler e Panigale V2, no mínimo.